IPCA
0,46 Jul.2024
Topo

Veja dez passos para começar a investir em ações

06/09/2011 18h00

SÃO PAULO – Para muitas pessoas, investir em ações parece uma tarefa complicada e distante da sua realidade. Entretanto, especialistas apontam que este é um investimento como qualquer outro --que requer cuidados e uma boa análise, por se tratar de renda variável - e que pode trazer excelentes retornos, especialmente no longo prazo.

Para que você entenda um pouco mais sobre este tipo de investimento e como operar no mercado acionário, o diretor da Valore Investimentos Personalizados, Sérgio Quintella, indicou dez passos importantes - que vão desde quitar as dívidas até a alocação da carteira.

Confira:

1 - Quitar as dívidas

O diretor da Valore ressalta que, antes de começar a investir em qualquer modalidade, é necessário quitar as dívidas e arrumar o orçamento. “No Brasil, a taxa de juros cobrada no cheque especial, empréstimo pessoal, cartão de crédito e financiamentos é muito alta. Então, vale mais a pena utilizar o dinheiro para quitar dívidas do que começar a investir”, afirma.

“Quem já está com as dívidas próximas a zero já pode ir para o próximo passo”, continua Quintella.

2 – Começar a poupar

Neste momento, o investidor vai começar a criar o seu “pé-de-meia”, aponta Quintella. “Aconselho que se guarde ao menos 20% das receitas para os investimentos”, diz.

Segundo ele, antes de começar a investir em ações, o investidor deve ter em torno de seis vezes o seu salário aplicado em renda fixa.

“É uma maneira de garantir o padrão de vida por um tempo, caso o investidor tenha um revés na vida, como a perda de emprego”, afirma. “Neste caso, recomendamos principalmente LCIs (Letra de Crédito Imobiliário) e títulos públicos”, completa.

3 - Aprender mais sobre o mercado

Quem pretende começar a investir em ações deve se preocupar com a educação financeira e procurar informações sobre esta modalidade de investimento. “Facilita bastante a vida do investidor entender textos ou conversas de seu assessor de investimentos”, afirma.

Para isso, ele aconselha que o investidor procure informações em sites especializados, revistas e participe de cursos e palestras sobre o tema.

“Além disso, sempre que tiver alguma dúvida, é importante consultar um especialista”, afirma.

4 – Escolher instituição e conversar com os profissionais

Após entender um pouco mais sobre o mercado acionário, o investidor deve entrar em contato com um assessor de investimento ou com a corretora que escolheu para operar. “Os profissionais da instituição serão responsáveis pela conta do investidor e poderão auxiliar melhor sobre as aplicações”, diz.

Segundo ele, pelo menos no início, é melhor não operar sozinho.

“Não recomendo que o investidor opere somente via home broker, principalmente no começo, já que podem surgir muitas dúvidas e é bom ter um profissional para auxiliar”, afirma.

5 - Analisar seu perfil de risco

De acordo com o diretor da Valore, é importante que o investidor entenda qual é o seu perfil de risco, para definir como irá operar. “Ele pode ser conservador, moderado, moderado-arrojado ou arrojado”, diz.

Para isso chegar ao seu perfil, é possível fazer os testes disponíveis na própria corretora (muitos sites também disponibilizam este tipo de teste) ou conversar com o seu assessor de investimentos.

Com esta definição, o investidor saberá o quanto deve investir em aplicações de baixo risco (renda fixa), médio risco (fundos de investimento imobiliário e alguns tipos de fundos multimercado) e alto risco (ações e BM&F). 

“Isso é fundamental, pois o montante indicado para investimentos em ações pode mudar muito de acordo com o perfil de cada investidor”, afirma.

6 – Como investir?

Após ter consciência do seu perfil e sabendo quanto será destinado à renda variável, o investidor deve pensar em como irá investir em ações.

Segundo o especialista, em primeiro lugar, é preciso levar em consideração o valor inicial que será aplicado. “Se for menos de R$ 5.000, aconselhamos que sejam investidos via clubes de investimentos ou mesmo fundos de ações --neste caso, é preciso ficar atento à taxa de administração”, diz Quintella.

Segundo ele, com mais de R$ 5.000, o investidor pode operar diretamente no mercado acionário. “Nesta fase, ele também deverá definir se prefere operar com a análise fundamentalista (baseada nos balanços e fundamentos da empresa), análise técnica (baseada na leitura de gráficos) ou mesclar as duas”, aponta.

7 - Alocação de carteira

Com todos os outros passos bem definidos, é hora de ir às compras.

“Neste momento, o investidor deverá seguir sua alocação de carteira”, afirma Quintella. Para ele, uma boa alocação pode ser definida da seguinte maneira:

-Conservador:
10% de médio risco
90% de baixo risco

- Moderado
10% de alto risco
15% de médio risco
75% de baixo risco

- Moderado - Agressivo
35% de alto risco
25% de médio risco
40% de baixo risco

- Agressivo
60% de alto risco
30% de médio risco
10% de baixo risco

8 - Acompanhamento

Com a carteira definida e já alocada, o investidor deve acompanhar as ações que estão no seu portfólio e verificar se elas estão atendendo às suas expectativas. “É a fase de checar os investimentos e reavaliar as diversas estratégias que existem na bolsa”, diz Quintella.

“Um livro que pode auxiliar o investidor a se aprimorar se chama 'Axiomas de Zurique', de Max Gunther”, indica.

9 - Realocação de carteira

Segundo Quintella, de seis em seis meses, o investidor deve realocar a sua carteira de ações.

“Quem investiu 50% em ações e 50% em renda fixa, pode, depois de alguns meses, ficar com uma proporção maior alocada em renda variável, caso as ações tenham subido neste período”, diz Quintella.

Neste caso, ele aconselha a venda de parte das ações e compra de títulos de renda fixa, para voltar ao mesmo patamar de 50% em cada um.

“Esta metodologia obrigará o investidor a não se expor muito em ações depois que o mercado sofreu uma grande valorização e fará com que ele compre mais ativos após um realização do mercado”, ensina.

10 - Aprimoramento

Nesta fase, o investidor já entende um pouco mais sobre o mercado e sobre o conceito de alocação de ativos. “Mas ele não pode abrir mão do seu aprimoramento”, diz Quintella.

Segundo ele, é importante continuar investindo em cursos e palestras, procurando informações em sites e conversando com especialistas.

“Afinal, a maioria de nós gasta horas por dia trabalhando para ganhar dinheiro. Não custa nada gastar poucos minutinhos por dia para fazer ele render”, conclui.