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Barclays: apesar de forte alta no ano, imobiliárias ainda podem subir mais

21/02/2012 09h02

SÃO PAULO - As imobiliárias listadas na Bolsa vêm se recuperando bem em 2012, depois de terem sido penalizadas pelo mercado durante o ano passado. O Imob, índice que acompanha o setor, já avançou 25,63%, enquanto o Ibovespa subiu 16,65%. No entanto, o Barclays acredita que essa performance superior ainda dá espaço para novas valorizações.

Para o banco, muito do que afetou negativamente as ações da construção civil em 2011 teve a ver com projetos firmados entre 2007 e 2008, momento no qual houve um otimismo exacerbado. Em 2009, com a crise, as companhias perceberam que os custos estavam muito inflacionados, e sua alavancagem, alta demais.

Porém, os analistas Guilherme Vilazante e Vinicius Mastrorosa avisam que muitos desses empreendimentos já foram entregues, ou devem sê-lo até o segundo trimestre. Além disso, as empresas já anunciaram volumes mais modestos para este ano, e estão focando na lucratividade.

Ações descontadas
Mesmo com a forte alta dos papéis, os múltiplos da maioria das empresas continuam descontados frente à média histórica. A MRV (MRVE3), por exemplo, que é a pior avaliada pelo Barclays, ainda tem 17,73% de avanço pela frente antes de alcançar seu preço-alvo de R$ 17, na comparação com o fechamento de 17 de fevereiro, quando teve forte desvalorização de 5,74%.

O que os dois analistas discordam do resto do mercado é o atual prêmio pelo qual as imobiliárias que devem passar a gerar caixa neste ano estão sendo negociadas. Em 2012, Cyrela (CYRE3), a própria MRV e a PDG (PDGR3) podem já apresentar fluxo positivo. Já em 2013, será a vez de Rossi (RSID3), Gafisa (GFSA3) e Direcional (DIRR3). Depois, Even (EVEN3), Tecnisa (TCSA3) e Brookfield (BISA3) devem se juntar ao grupo.

Mas essas companhias só saíram na frente porque reduziram bem seus negócios, correram atrás de corte de custos e até abandonaram algumas metas. “Qual é o mérito em reduzir o guidance em 30% para conseguir fluxo de caixa positivo?”, pergunta o relatório do banco. Por isso, ele recomenda que não se pague caro demais para investir nessas construtoras mais precoces.

Lucratividade em breve
Após a estabilização em 2012, o ano que vem deve ser novamente de lucratividade para o setor. O Barclays diz que ainda haverá alguns projetos entre 2009 e 2010 para se entregar, que têm alguns problemas em sua negociação também, mas foram melhores do que o esperado por causa da disparada de preços de imóveis no País.

Além disso, no ano passado o encolhimento desse mercado fez com que as empresas em geral se tornassem mais conservadoras, priorizando a eficiência. Vilazante e Mastrorosa esperam maiores margens e menos incidentes durante a execução.