Carteiras recomendadas: confira as melhores e piores performances de fevereiro

SÃO PAULO - Apesar de apresentar menores ganhos do que no primeiro mês do ano, fevereiro mais uma vez foi um período positivo para o mercado de ações.

Com as incertezas quanto ao resgate para a Grécia e a reestruturação de sua dívida, em meio a uma bateria de indicadores positivos vindo dos Estados Unidos, a alta do Ibovespa foi de 4,34%.

Agora, no acumulado de 2012, a rentabilidade do benchmark brasileiro alcança 15,96%. Esse é o melhor resultado para o primeiro bimestre do índice desde 1999.

A valorização também foi mitigada por resultados decepcionantes de Vale (VALE3, VALE5) e Petrobras (PETR3, PETR4), cujos papéis preferenciais têm o maior peso na carteira teórica, representando ao todo cerca de 20%.

Entre os dados norte-americanos que animaram os investidores, destaque especial para o mercado de trabalho.

Tanto a taxa de desemprego, a renda, as vendas de imóveis e os pedidos de auxílio-desemprego surpreenderam positivamente o mercado em quase todas as divulgações. No entanto, Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve, já avisou que a melhora não é suficiente.

Carteiras superam Ibovespa no mês

Ao contrário do registrado em janeiro, neste mês as corretoras conseguiram, em média, superar o avanço do Ibovespa. Considerando as 27 carteiras mensais compiladas pelo Portal InfoMoney, a diferença sobre o índice foi de 2,40 pontos percentuais, ou seja, um retorno médio de 6,74%.

Foram mais relevantes as altas daquelas casas de análise que apostaram, principalmente, em ativos relacionados ao consumo cíclico, ao setor financeiro ou à infraestrutura do País.

No entanto, papéis de empresas com resultados mais previsíveis e grandes nomes da bolsa, como as já citadas Petro e Vale, pressionaram a rentabilidade.

Além disso, apesar de o movimento do benchmark ter sido menos expressivo do que no período imediatamente anterior, nenhuma seleção enviada performou no campo negativo durante fevereiro.

JSL impulsiona carteira do Bradesco

A Bradesco Corretora foi a que apresentou o maior retorno no mês. Seu portfólio foi fortemente impulsionado pelo desempenho observado pelas ações da JSL (JSLG3), antiga Júlio Simões Logística. Os ganhos do papel chegaram a 44,41%.

As recomendações do Bradesco performaram 8,40 p.p. acima do Ibovespa, alcançando uma valorização de 12,74% no período. Também se destacaram os papéis de Cetip (CTIP3, R$ 32,00, +18,74%), Cielo (CIEL3, R$ 61,40, +17,96%) e Raia Drogasil (RADL3, R$ 16,72, +15,31%).

Em segundo lugar, ficou a carteira do BTG Pactual, com retorno de 10,32%, 5,98 p.p. sobre o benchmark. A principal alta da carteira no período ficou com a Time For Fun (SHOW3, R$ 15,70, +25,10%). Assim como o Bradesco, o BTG também se beneficiou com a alta das ações da Cetip.

Blue chips pesam para Omar Camargo

Na outra ponta do ranking, o portfólio da Omar Camargo foi o que apresentou a menor alta em fevereiro, de 3,03% - 1,31 p.p. abaixo do principal índice. A casa de research apostou em blue chips para o mês, exatamente as que registraram performance negativa: Vale PNA, com queda de 0,45%, Petrobras PN, uma baixa de 1,06%, Bradesco, também recuando 0,45%.

Já o BofA, que recomendou a segunda pior seleção do período, também foi penalizado pelas grandes empresas da bolsa, mas a ação que mais pesou em sua carteira foi a da Anhanguera (AEDU, R$ 22,57, -3,96%). A rentabilidade das top picks foi positiva em 3,33%,- 1,01 p.p. acima do Ibovespa.

Planner e SLW permanecem nas duas pontas

Considerando o acumulado de 2012, tanto a líder como a lanterna permaneceram após o fim deste mês. A Planner continua com a melhor carteira durante o ano, no topo do ranking InfoMoney. A alta é de 24,19%, 8,23 p.p. acima do Ibovespa, depois de também registrar desempenho acima do benchmark em fevereiro.

Em momento inverso, depois de ser a campeã entre as corretoras em 2011, a SLW continua na última posição. Sua carteira defensiva, que leva mais em conta empresas com fluxo de caixa e entrada de receitas mais previsíveis, e boas pagadoras de dividendos, performou 6,15% neste ano, 9,81 p.p. menos que o índice.

Metodologia

Para realizar o levantamento de fevereiro, a InfoMoney utilizou carteiras de ações recomendadas para o período mensal por 27 corretoras e bancos: Amaril Franklin, Ativa, Bank of America Merrill Lynch, BB Investimentos, Bradesco Corretora, BTG Pactual, Coinvalores, Credit Suisse, Fator Corretora, Geração Futuro, Geral Investimentos, Gradual Investimentos, HSBC, Inva Capital, Itaú BBA, Octo, Omar Camargo, PAX, Planner, SLW, Socopa, Souza Barros, TOV Corretora, UM Investimentos, Walpires, WinTrade e XP Investimentos.

No ranking anual, não estão inclusas as carteiras enviadas pelo BofA e o Credit Suisse por eles não terem enviado o portfólio recomendado para o mês de janeiro.

Importante ainda destacar que:

 1. A InfoMoney considerou a primeira publicação de cada uma destas carteiras nos referidos meses, não levando em consideração eventuais mudanças promovidas pelas corretoras e bancos em suas carteiras recomendadas no decorrer de mês.

2. As cotações consideradas nas comparações de desempenho são as de fechamento do último dia útil de cada mês, considerando sempre a cotação ajustada em um eventual provento que ocorrer no período (dividendo, juros sobre capital próprio, subscrição etc).

3. Utilizando metodologia semelhante à adotada no cálculo da carteira teórica do Ibovespa, o desempenho considerado das carteiras recomendadas em 2012 é cumulativo.

4. A partir de setembro de 2011 passamos a adotar apenas uma carteira recomendada para cada corretora. Após informarmos as corretoras que possuíam mais de uma carteira no ranking sobre essa nova metodologia, decidimos junto com elas qual o único portfólio que seria utilizado e quais seriam excluídos.