Veja dicas para escolher uma corretora de ações e investir na Bolsa

As corretoras servem para abastecer os investidores com informações e orientá-los na hora de comprar ou vender uma ação na Bolsa de Valores. Mas é preciso entender se elas fazem seu trabalho corretamente.

“As corretoras funcionam como concessionárias de veículos, mas, em vez de venderem carros, negociam fatias de empresas. Cada ação é um pequeno pedaço de uma empresa”, afirma o professor de Finanças, Maurício Carvalho.

Toda negociação com ações tem uma taxa de corretagem –é o valor pago por cada movimentação de compra ou venda de uma ação na Bolsa, previamente acordada entre a empresa e o cliente, e quanto mais operações o corretor estimular, mais dinheiro a corretora estará ganhando.

“O corretor sempre vai ter um viés pra falar que tem algum negócio bom. As corretoras tendem a falar muito de gráficos, porque isso ajuda a fazer negócios. Porém, a boa corretora tem que ter sempre à disposição relatórios e balanços sobre a empresa e do setor de atuação”, explica Carvalho.

A escolha errada de uma corretora e a falta de informação sobre o mercado foi decisiva para o representante comercial, Marcus Ribas. Em 2008, ele resolveu apostar no mercado de ações e acabou perdendo boa parte do dinheiro que havia conseguido juntar em cinco anos de trabalho.

“Eu não tinha experiência e comecei a comprar e vender ações, analisando apenas os gráficos. Eu operava sozinho e, no começo, até tive um pouco de sorte. Mas, com a crise em 2008, eu perdi mais de 50% do que tinha investido e, agora, resolvi apostar apenas em empresas mais sólidas. É preciso ter muito cuidado para investir em ações”, afirma.

Para escolher entre uma das 92 corretoras que operam na Bolsa de Valores, o investidor tem que ficar atento aos serviços oferecidos em cada uma delas.

O investidor que preferir operar no modelo home broker (que é o instrumento que permite a negociação de ações pela internet) deve ter atenção com a velocidade e a qualidade da plataforma oferecida pela corretora.

Algumas corretoras oferecem um período de testes, sem custo, para quem deseja testar a plataforma utilizada para a compra e venda de ações.

“É importante que o investidor teste o programa oferecido pela corretora. Para quem opera com ações, alguns minutos podem ser decisivos para perder ou ganhar muito dinheiro. Imagina se você está vendo que uma ação começa a despencar e o programa da corretora está travado?”, afirma o operador Danilo Bertasi.

Com quatro anos de experiência na Bolsa de Valores, Bertasi salienta que o investidor precisa estar tranquilo para operar bem e fazer o melhor negócio. “Quem vai começar a investir tem que estar confortável para tomar decisões. Se não estiver se dando bem com a corretora, é só procurar uma outra que se adapte mais ao seu perfil”.

Uma outra dica dos especialistas é que, antes de escolher uma corretora, o investidor iniciante procure informações com amigos e pessoas de confiança que utilizem o serviço.

Esse foi o caso do despachante Marcos Cappello, 26. Antes de escolher a corretora, pediu informações para amigos que já investiam em ações.

“Antes de entrar no mercado, procurei tirar todas as dúvidas que eu tinha. Isso foi fundamental para que eu escolhesse a melhor corretora naquele momento. Como era iniciante, preferi uma que tivesse serviço de analistas e relatórios”, disse Cappello.

Hoje, o despachante prefere trabalhar com uma corretora que cobre taxas mais baixas, porém não conta com relatórios nem nenhum tipo de ajuda.

“Acho que estou mais experiente e já não preciso de tantos relatórios. Hoje, busco todas as informações sobre as empresas pela internet. Mas não indico que um iniciante faça assim antes de adquirir um pouco de experiência”, afirma.