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Site aproveita onda de compras coletivas e "vende" doações para mendigos

Criado por dois estudantes, o site Mendigo Urbano vende "passe" de moradores de rua - Reprodução
Criado por dois estudantes, o site Mendigo Urbano vende "passe" de moradores de rua Imagem: Reprodução

Maria Carolina Abe

Do UOL Economia, em São Paulo

19/08/2011 16h35

Uma ideia na cabeça e um site na mão. Dois universitários do Rio Grande do Sul pegaram a vontade de ajudar o próximo, somada a uma pitada de bom humor, e criaram o site Mendigo Urbano –inspirado no site de compras coletivas Peixe Urbano.

No caso, a compra coletiva é de mendigos. Isso mesmo. Eles vendem, de forma fictícia, o “passe” de moradores de rua –no valor de R$ 250.

O internauta pode comprar o "passe" todo ou uma porcentagem dele, e pagar por meio do serviço de pagamentos on-line Paypal. Quando o passe é vendido na íntegra, o morador de rua ganha um “Kit Mendigo”, que inclui cesta básica, roupas e corte de cabelo.

“O assunto é sério, mas precisa ser tratado de forma descontraída para atrair a atenção das pessoas”, explica João Burzlaff Lopes, 19, um dos criadores do projeto. Ele mora em Novo Hamburgo (RS) e é estudante de Publicidade.

“A ideia já existia há uns dois meses, mas só conseguimos finalizar agora, e o site foi lançado na terça-feira”, conta ele. Seu “sócio” no empreendimento é Bruno Henrique Stein, 20, aluno de Comunicação Digital.

“Mendigo Urbano é isso: solidariedade coletiva.”

O objetivo do site Mendigo Urbano é que os internautas possam colaborar, de forma coletiva e organizada, com os moradores de rua de sua região. Os colaboradores ganham um certificado de posse e podem entrar em um “ranking de investidores”.

No momento, há quatro mendigos cadastrados --três de Novo Hamburgo e um de Porto Alegre--, com direito a foto e texto de apresentação: Seco, Santa, Maurício e Bira.

Os criadores do site esperam que, com o tempo, as pessoas indiquem moradores de rua de suas regiões. Se o projeto der certo, aí eles cogitam ir atrás de parcerias para conseguir expandir sua atuação para além de suas cidades.

“Seria preciso encontrar alguém que pudesse primeiro falar com esses moradores de rua, e depois que entregasse o kit”, explica Lopes.