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Grécia contabiliza quantos credores apoiam 'perdão' da dívida para evitar calote

Do UOL, em São Paulo

08/03/2012 17h46

A Grécia contabiliza o apoio dos credores privados (bancos, fundos e seguradoras) ao perdão de mais da metade da dívida grega que possuem. Trata-se de uma operação crucial para evitar a quebra do país e, segundo autoridades, é a maior reestruturação de dívida de Estado já realizada. 

A divulgação da adesão dos credores está prevista para esta sexta-feira, às 6h GMT (03h de Brasília), disse uma fonte ministerial grega. O anúncio deve ser seguido por uma teleconferência entre os ministros das Finanças da zona do euro.

Os bancos do mundo todo que possuem títulos da dívida grega tinham até as 20h GMT (17h de Brasília) desta quinta-feira (8) para declarar se participariam ou não voluntariamente da operação que pretende perdoar 107 bilhões da dívida pública grega.

Ao fim do prazo, autoridades se disseram otimistas em obter apoio de mais de 75% desses credores. A Grécia tinha advertido que suspenderia a operação caso ela não contasse com essa participação mínima. 

Essa troca é considerada essencial para que a Grécia evite um calote descontrolado, já que ela permitirá à Atenas pagar os 14,4 bilhões de euros em obrigações que vencem no dia 20 de março.

O objetivo é reduzir o peso da dívida, que chega atualmente a 160% do PIB, para 120,5% em 2020.

Como deve funcionar a troca de títulos da dívida

Para cada 100 euros de dívida, a Grécia pretende oferecer novos títulos no valor de 46,5 euros e os investidores teriam que renunciar ao resto.
 
Com isso, eles devem receber dois tipos de diplomas: um emitido pelo Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) por 15% do valor inicial e outros títulos emitidos pela Grécia por 31,5% do valor inicial, de modo que os detentores da dívida privada perderão 53,5% de seu investimento.

A troca concreta dos títulos deve acontecer na próxima segunda-feira para as obrigações de direito grego (177 bilhões de euros, que representa 86% do total) e em 11 de abril para as restantes do direito estrangeiro, segundo o calendário oficial.

(Com informações da Reuters e da France Presse)