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Veja onde procurar ajuda quando as dívidas se tornam uma doença

Aiana Freitas

Do UOL, em São Paulo

21/03/2012 07h00

O endividamento é um recurso usado pela grande maioria dos consumidores pelo menos em algum momento da vida. Grande parte das pessoas apela para financiamentos para comprar um imóvel ou uma casa, por exemplo. Em casos extremos, no entanto, pode se tornar uma doença e exigir acompanhamento médico e terapia.

Para o educador financeiro Mauro Calil, a diferença está na capacidade de se administrar a dívida. "O problema começa a aparecer quando a pessoa paga financiamentos além de sua capacidade produtiva", define.

DEVEDORES ANÔNIMOS

O QUE ÉGrupo de autoajuda com reuniões semanais que funciona nos moldes dos A.A. (Alcoólicos Anônimos)
ENDEREÇOSSão Paulo (SP)
Grupo Santa Ifigênia - Rua Santa Ifigênia, 30, Centro (sábados, das 16h às 18h)
Grupo Jardins - Rua Sampaio Vidal, 1055, Jardins (quintas, das 18h30 às 20h30)
Grupo Pacaembu - Rua Itápolis, 1.020, Pacaembu (domingos, das 10h às 12h)
Fortaleza (CE)
Grupo Benfica - Rua dos Pracinhas, 951, Benfica (quintas, das 19h às 21h)
Londrina (PR)
Grupo Centro de Londrina - Travessa Pe. Eugênio Herter, 33, Centro (segundas, das 19h às 20h30)
MAIS INFORMAÇÕEScontato@devedoresanonimos-sp.com.br

PROAD (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes) da Unifesp

O QUE ÉServiço de ambulatório que faz atendimento por meio de acompanhamento psiquiátrico, terapias em grupo e orientação familiar
ENDEREÇOSAv. Professor Ascendino Reis, 763, Vila Mariana, São Paulo, SP
MAIS INFORMAÇÕESÉ preciso agendar uma entrevista pelo telefone (11) 5579-1543

O ideal, segundo Calil, é não comprometer mais do que 30% da renda familiar com o pagamento de parcelas. "Comprometer até 20% com dívidas é algo administrável. Entre 20% e 30%, o sinal amarelo acende. Acima disso, é o sinal vermelho que começa a piscar."

Calil diz que, a partir desse nível de endividamento, começa a ficar mais difícil pagar as contas de consumo mensal, como os gastos com educação e alimentação.

Nos casos mais extremos, chega-se à condição de sobreendividamento. "O sobreendividado é aquele que, mesmo vendendo tudo o que tem, ainda assim não consegue pagar suas dívidas", diz.

Educador diz que é preciso aprender a viver 'à vista'

Para o educador financeiro, a maneira mais eficaz de evitar esse tipo de problema é conhecer os recursos financeiros disponíveis, como o funcionamento dos juros cobrados no cartão de crédito.

"Para quem chegou neste nível do problema, é preciso também passar a viver a vida à vista, ou seja, gastando apenas o que se tem na carteira", sugere Calil. "Quando pessoas mais compulsivas por gastos perdem todo o crédito na praça, isso não chega a ser ruim, porque ela passa a ver que consegue viver sem aquilo que queria comprar."

Em alguns casos, no entanto, a educação financeira pode não ser suficiente para controlar o impulso de um consumidor sair fazendo compras e dívidas na praça. Um número crescente de clínicas especializadas tem se dedicado a tratar das patologias que podem estar relacionadas ao gasto por impulso.

"O problema pode ser considerado uma dependência quando resulta na diminuição da liberdade da pessoa", afirma o psiquiatra Aderbal Vieira Jr, do Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes) da Unifesp. O programa tem um serviço destinado ao atendimento de "compradores patológicos". O atendimento é feito por meio de acompanhamento médico individual e terapias em grupo.

"São pessoas que têm uma impulsividade dentro de si, e muitos têm esse traço na personalidade desde sempre", diz o psiquiatra. "Elas têm consciência de que estão fazendo aquilo não porque querem, mas porque sentem necessidade."