PF vai investigar possíveis fraudes no banco Cruzeiro do Sul
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A Polícia Federal abriu nesta segunda-feira (4) um inquérito para investigar possíveis fraudes na gestão do banco Cruzeiro do Sul, segundo comunicado divulgado à imprensa.
O anúncio foi feito depois de o Banco Central decretar uma intervenção no Cruzeiro do Sul, após identificar o descumprimento de regras do sistema financeiro, e que deve ter resultado num rombo de pelo menos R$ 1,2 bilhão.
Por enquanto, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) é o órgão privado que assume a administração do banco no Regime de Administração Especial Temporária (Raet).
A negociação com ações do Cruzeiro do Sul foi suspensa nesta manhã e deve durar pelo menos dois meses, enquanto a PricewaterhouseCoopers faz uma auditoria na empresa.
O FGC vai tentar preparar a instituição para que seja vendida. "Muito antes de ser necessária uma liquidação, vão aparecer muitos interessados", disse a jornalistas o diretor-executivo do FGC, Antonio Carlos Bueno.
O BC informou que foi identificada uma "insubsistência em itens do ativo". O problema estaria relacionado à contabilização irregular na carteira de crédito e as falhas foram identificadas entre março e abril, disse uma fonte a par do assunto.
O Cruzeiro do Sul atua principalmente no crédito consignado e na oferta de empréstimos de curto prazo a empresas atrelados a recebíveis. A carteira total de financiamentos da instituição era de R$ 7,6 bilhões o fim do primeiro trimestre.
Uma fonte qualificada do governo informou que será feito um "balanço de abertura" para verificar a contabilidade do Cruzeiro do Sul. Em paralelo, será instaurada uma comissão de inquérito para averiguar as causas da origem dos problemas. Caso se detecte indícios de crime financeiro, o BC fará denúncia ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e abrirá também processo administrativo punitivo.
Segundo o BC, a intervenção não afeta os negócios do Cruzeiro do Sul, que continuarão a funcionar normalmente, "podendo realizar todas as operações para as quais está autorizado". A relação de credores e devedores está preservada com o banco, cujos ativos no fim de 2011 representavam 0,22% do sistema financeiro do país e 0,35% dos depósitos.
O banco, que teve prejuízo de R$ 57,9 milhões no primeiro trimestre, teve seu rating reduzido pelas agências de classificação Moody's e Standard & Poor's nos últimos meses. Em dezembro, o Cruzeiro do Sul anunciou a compra 88,7% do Banco Prosper.
O banco vendeu mais de US$ 300 milhões em títulos nos mercados internacionais no ano passado, mas essa fonte de recursos secou em decorrência da crise de dívida que atingiu muitos países da Europa.
(Com informações da Reuters)
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