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Maior seguradora dos EUA fecha compra de 90% da Amil por R$ 10 bi

Do UOL, em São Paulo

08/10/2012 08h43Atualizada em 08/10/2012 12h21

A UnitedHealth (UHG), maior empresa de benefícios e serviços de saúde dos Estados Unidos, anunciou nesta segunda-feira acordo para comprar a Amil Participações (AMIL3), atribuindo um valor de cerca de R$ 11 bilhões à empresa brasileira. Por 90% da empresa, o grupo norte-americano irá desembolsar cerca de R$ 9,9 bi.

A UHG comprará o equivalente a cerca de 58,9% do capital votante e total da Amil, que pertencem à holding de participações JPL, por R$ 6,5 bilhões.

Isso representa um valor de R$ 30,75 por ação da Amil, um prêmio de 21,5% sobre o preço de fechamento do papel na Bovespa na última sexta-feira, de R$ 25,30.

O grupo norte-americano fará ainda uma oferta de aquisição pelas ações da Amil em circulação no mercado. De acordo com informações no site da Amil, os minoritários possuem 110,98 milhões de papéis de emissão da companhia. Considerando adesão total à oferta, a UHG desembolsaria outros R$ 3,4 bilhões.

Assim, ao final das transações, a UHG ficaria com cerca de 90% de participação na Amil.

Fundador continuará no comando da empresa

O fundador da Amil, Edson de Godoy Bueno, e sua sócia Dulce Pugliese continuarão a ter participação remanescente de 10% na Amil por ao menos cinco anos. 

Bueno, que seguirá como diretor presidente e presidente do Conselho de Administração da Amil, usará ao redor de US$ 470 milhões, decorrentes da venda de ações da JPL, para adquirir ações da UHG nos EUA, passando a ser o maior acionista pessoa física da empresa norte-americana.

A receita da Amil em 2012 deve chegar a cerca de US$ 5 bilhões, crescimento de 15% sobre o ano passado. O grupo oferece planos de saúde e odontológicos para mais de 5 milhões de pessoas.

A Amil tem rede própria de 22 hospitais e cerca de 50 clínicas, e afirma ter a maior rede credenciada do Brasil com 44 mil médicos, 3,3 mil hospitais, aproximadamente 11 mil clínicas e 12 mil laboratórios e centros de diagnóstico por imagem.

O presidente da Amil, Edson de Godoy Bueno, afirmou nesta segunda-feira que considera aquisições para elevar a participação atual da empresa de 9% no mercado de saúde no Brasil.

Compra não precisará passar pelo Cade

A venda da empresa brasileira de saúde Amil para a UnitedHealth não precisará passar pelo crivo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), uma vez que a companhia norte-americana não possui atualmente, no Brasil, faturamento suficiente para que a operação tenha peso do ponto de vista concorrencial.

Pela legislação atual, só precisam ser analisadas pelo Cade operações de fusão e aquisição nas quais uma das partes tenha, no Brasil, faturamento anual bruto de R$ 750 milhões e a outra, de R$ 75 milhões.

Como está entrando no mercado brasileiro, a UnitedHealth não se enquadra nesse filtro previsto na legislação.

(Com informações da Reuters)