Eurogrupo aprova acordo para ajudar a Grécia
O chamado Eurogrupo --formado pelos ministros das Finanças dos 17 países da zona do euro, mais o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional (FMI)-- chegou a um acordo, na noite de segunda-feira (26), para desbloquear mais uma parcela do pacote de ajuda econômica à Grécia e evitar que o país quebre. Desde junho, o governo grego esperava pela decisão.
Após 12 horas de negociações em sua terceira reunião em três semanas, o grupo de credores internacionais concordou com medidas para reduzir a dívida da Grécia em 40 bilhões de euros (cerca de R$ 107,5 bilhões), cortando-a para 124% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020.
Isso abre caminho para o empréstimo de 43,7 bilhões de euros (cerca de R$ 117,4 bilhões) a ser desembolsado à Grécia no início de 2013.
Para reduzir a enorme dívida, eles concordaram em cortar as taxas de juros sobre os empréstimo oficiais, ampliar o vencimento em 15 anos para 30 anos, e garantir a Atenas um adiamento de dez anos para pagamento dos juros.
O governo grego instituiu medidas --que incluem cortes de gastos e aumento de impostos-- profundamente impopulares no início deste mês para convencer os credores de que Atenas merecia receber mais ajuda financeira, apesar de ter descumprido metas anteriores sobre o deficit e metas de reforma.
O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, disse que o pagamento "fortalecerá a confiança na Europa e na Grécia".
Pagamentos em parcelas
O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, afirmou que os ministros irão aprovar formalmente um grande desembolso necessário para recapitalizar fracos bancos da Grécia e permitir que o governo pague salários, pensões e fornecedores em 13 de dezembro.
A Grécia irá receber até 43,7 bilhões de euros em etapas, à medida que cumpre as condições. O desembolso de dezembro irá abranger 23,8 bilhões para os bancos e 10,6 bilhões em assistência orçamentária.
A parcela do FMI, menos de um terço do total, só será paga uma vez que uma recompra de dívida grega aconteça nas próximas semanas, mas a diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde, disse que o FMI não tem intenção de sair do programa.
Eles prometeram restituir 11 bilhões de euros em lucros acumulados para seus bancos centrais nacionais a partir de compras do Banco Central Europeu (BCE) de títulos do governo grego com desconto no mercado secundário.
Eles também concordaram em financiar a Grécia para recomprar seus próprios títulos de investidores privados, o que autoridades dizem ter uma meta fixada de custo de aproximadamente 35 centavos no euro.
Reações e críticas
Desgastados por disputas políticas e seguidas medidas anticrise, muitos gregos reagiram ao acordo com desdém, enquanto o partido de oposição Syriza o classificou como um "compromisso meia-boca" que não resolveria os problemas do país.
"E daí?", disse Nikos Kamoudis, 60, um sapateiro no centro de Atenas, cuja atividade tem sofrido com a recessão. "No final do dia, se você não tem dinheiro no bolso para alimentar sua família e pagar suas contas, não importam as decisões que foram tomadas lá", completou.
Uma pesquisa divulgada na segunda-feira antes do acordo mostrou que 84% dos gregos acreditavam que a incerteza persistiria mesmo com o desembolso do dinheiro, e apenas 10% disseram acreditar que isso salvaria o país.
Os jornais gregos se mostraram divididos sobre o acordo. O mais vendido da Grécia, o diário "Ta Nea", mostrou um rosto sorridente em sua primeira página ao lado da manchete: "O primeiro sorriso para a Grécia", enquanto outro jornal o classificava como "um compromisso desastroso".
Governo grego comemora acordo e fala em 'novo começo'
O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, saudou nesta terça-feira o acordo fechado pelos credores internacionais.
Depois de meses de disputas internas em relação às medidas de austeridade impopulares que o governo foi obrigado a tomar para conseguir ajuda, os três partidos da coalizão de Samaras aplaudiram o acordo.
O socialista Pasok, um dos três partidos da coalizão, também saudou o acordo. "Este é o novo começo que o país precisa, depois de nove meses de espera", disse o líder partidário e ex-ministro das Finanças, Evangelos Venizelos. "Agora cabe a nós fazer o trabalho."
O outro partido de coalizão, Esquerda Democrática, chamou o acordo de "um passo decisivo" para a manutenção da Grécia no euro.
(Com informações da Agência Brasil e Reuters)
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