Agência alerta que pode baixar nota do Brasil; presidente do BC minimiza
Do UOL, em São Paulo
03/10/2013 09h17
A agência de classificação de risco Moody’s alertou, na quarta-feira à noite, que pode reduzir a nota da dívida pública brasileira. Em resposta, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, minimizou a decisão e disse que o Brasil foi confirmado como "grau de investimento".
"A agência afirmou que temos grau de investimento", disse Tombini, após conferência em Londres. "Duas das três maiores agências confirmaram que o Brasil é grau de investimento", acrescentou.
A Moody’s reduziu a perspectiva da nota da dívida do Brasil de “positiva” para “estável” -isso significa que a tendência é de manutenção, em vez de alta. Os motivos, segundo a Moody's, foram a deterioração da relação dívida/PIB, o nível dos investimentos e o fraco crescimento.
"Apesar de haver sinais de que a economia brasileira está começando a se recuperar, a visão da Moody's é que, se e quando a recuperação se materializar, não é provável que será forte o suficiente para restaurar a tendência positiva nas métricas de crédito do Brasil", afirmou o analista de crédito da Moody's Mauro Leos.
A agência reafirmou o crédito a "Baa2", o segundo grau mais baixo de investimento.
As três principais agências de avaliação de risco -Moody's, Standard & Poor's e Fitch Ratings- atualmente classificam o Brasil no segundo menor grau de investimento, mas a Moody's era a única que mantinha uma perspectiva positiva. A S&P reduziu a perspectiva para negativa, ante estável, em junho.
BC: crescimento não tão fraco como esperado, inflação sob controle
O presidente do BC disse ainda que o crescimento da economia brasileira no terceiro trimestre não será tão fraco como se esperava anteriormente.
"Podemos ter um terceiro trimestre de acomodação, isto é esperado pelos participantes do mercado, mas será mais favorável do que as pessoas estavam esperando", afirmou. O BC revisou a estimativa de crescimento para este ano para 2,5%, ante 2,7%.
Tombini disse ainda que a inflação está recuando em direção ao centro da meta. "A inflação está sob controle. Estamos trazendo ela para perto da meta", afirmou Tombini, em Londres.
Segundo o Relatório Trimestral, o índice oficial de inflação IPCA subirá 5,8% neste ano pelo cenário de referência, ante previsão anterior de 6%, e 5,7% em 2014, ante estimativa anterior de 5,4%.
A meta de inflação do governo é de 4,5%, com tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
(Com Reuters)