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Fitch dá a entender que Brasil não irá perder selo de bom pagador em breve

© Brendan McDermid / Reuters
Imagem: © Brendan McDermid / Reuters

Do UOL, em São Paulo

28/09/2015 16h57

O diretor-geral da agência de classificação de risco Fitch, Rafael Guedes, sinalizou nesta segunda-feira que a agência não deve retirar do Brasil o selo de bom pagador no próximo movimento sobre a nota do país. Ele afirmou que, "historicamente", a Fitch não corta notas em dois degraus.

A agência classifica o Brasil como "BBB", ou seja, dois degraus acima do nível especulativo. Guedes, acrescentou, no entanto, que a Fitch pode tomar decisões em intervalos mais curtos do que as outras agências.

No começo do mês, outra importante agência, a Standard & Poor's (S&P), cortou a nota do país para grau especulativo, levantando temores de que as outras agências poderiam seguir a mesma tendência. 

Por enquanto, o Brasil ainda tem o selo de bom pagador pela classificação da Fitch e da Moody's.

A perda do grau de investimento por uma segunda agência de classificação de risco provocaria uma saída de recursos de fundos cujo mandato permite aplicar em países que tenham grau de investimento de pelo menos duas agências. Nas contas do Ashmore Group - fundo dedicado a mercados emergentes -, essa fuga seria da ordem de US$ 8 bilhões. Nessa conta entram diversos ativos, como ações, bônus de empresas, títulos do governo e fundos no exterior lastreados em ativos brasileiros, como os ETFs.

Avaliação de agências indica risco de calote aos investidores 

Um governo consegue dinheiro vendendo títulos no mercado. Os investidores compram papéis com a promessa de receberem o dinheiro de volta no futuro com juros. Quando um governo tem avaliação ruim, considera-se que há risco de dar um calote e não pagar esses investidores. 

Se houver desconfiança sobre essa devolução, fica difícil conseguir vender esses títulos, e o país tem de pagar mais juros aos investidores para compensar o risco maior. O país com mais confiança são os EUA.

O chamado grau de investimento indica aos investidores que uma economia tem baixo risco de dar calote, e que as aplicações financeiras feitas por investidores estrangeiros nesse país terão risco próximo a zero.

 

Entenda como as agência fazem o cálculo da nota

O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa ou um país.

Ele busca medir a probabilidade de calote de obrigações financeiras. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.

Do ponto de vista econômico, é bastante vantajoso, pois uma vez feito, pode ser utilizado para vários objetivos e por diversas instituições. Com a globalização, o rating se apresenta como uma linguagem universal que aborda o grau de risco de qualquer título de dívida.

Agências de risco falharam na crise

As agências de classificação de risco, que dão notas para países, empresas e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009.

Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.

O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, um país, um título ou uma operação financeira.

Ele busca mensurar a probabilidade de calote de obrigações financeiras, ou seja, o não-pagamento, incluindo-se atrasos e ou falta efetiva do pagamento. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.

(Com agências de notícias)

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