Crise? Havanna lança barrinha de doce de leite por 1/3 do preço do alfajor
Thâmara Kaoru
Colaboração para o UOL, em São Paulo
27/02/2017 04h00
A argentina Havanna, famosa por seu alfajor, decidiu apostar em um produto mais barato para alavancar as vendas nas lojas brasileiras. A empresa passou a vender barrinhas de doce de leite fabricadas no Brasil. Com 30 gramas, a Barrita é hoje o item mais barato oferecido aos clientes: custa R$ 3 cada.
O alfajor (55g), produto mais conhecido da empresa, custa R$ 9,50 a unidade. O mini alfajor (25g) custa R$ 6 --preço de duas barrinhas de doce de leite.
Fabricação nacional e sabor adaptado
É comum comprar barras de doce de leite no país vizinho, diz a diretora-geral da Havanna Brasil, Renata Rouchou. "É um produto conhecido na Argentina. Fizemos um similar, mas com um preço mais acessível e produção nacional. Não é exatamente o mesmo que se vende lá."
Os produtos fabricados no Brasil seguem os padrões argentinos, mas há liberdade para adaptação, segundo ela. "O paladar brasileiro é diferente do argentino. Importamos os alfajores e doce de leite, mas também há produção nacional, como ovos de Páscoa, panetone e, agora, as Barritas."
Para levar na bolsa ou presentear
Uma vantagem da barrinha, segundo a executiva, é que o produto não precisa ser consumido imediatamente. "Dá para levar na bolsa e comer mais tarde. Dá também para presentear, deixar na mesa de algum colega de trabalho como lembrancinha." Para ela, o doce agrada a qualquer idade e, por não ter concorrência direta, está dando certo.
O objetivo não é substituir a venda de alfajores, afirma Rouchou. "Na verdade, é para acrescentar. É uma venda fácil. Ela fica ao lado do caixa como sugestão e acaba aumentando o valor final da compra do cliente."
Investimento em cafeterias
A Havanna mudou também a forma de vender seus produtos por aqui. Em abril do ano passado, a maioria das unidades (78%) eram quiosques que vendiam apenas os doces (alfajores e doces de leite, por exemplo).
Agora, a maioria (75%) são cafeterias em lojas ou em quiosques. Além dos produtos tradicionais, vendem também salgados, sanduíches, tortas, doces e bebidas.
"Percebemos que, com essa mudança, ficaríamos menos vulneráveis às oscilações econômicas. O café e o docinho não deixam de ser consumidos. Assim, a cafeteria é usada como impulso para compra dos produtos."
A marca possui atualmente 50 unidades; a expectativa é abrir mais 24 ainda neste ano e crescer em torno de 22%, segundo a empresa.