Ministro defende liberação de verbas para conseguir aprovação de reforma
Ricardo Marchesan
Do UOL, em São Paulo
11/12/2017 10h51
O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Wellington Moreira Franco, defendeu nesta segunda-feira (11) a liberação de verbas para convencer deputados a votar favoravelmente à reforma da Previdência.
“O que for razoável, o que for justo, o governo faz”, afirmou Moreira Franco durante debate sobre a reforma organizado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.
Ele negou, porém, que haja “negociações clandestinas, escusas, por atalhos”.
Não há nenhuma imoralidade no deputado colocar a necessidade de ter recursos para fazer uma estrada, para melhorar o serviço de abastecimento, para melhorar as condições de saneamento, hospital.
Wellington Moreira Franco
O governo intensificou nas últimas semanas o esforço para conseguir os 308 votos necessários para a aprovação da proposta na Câmara.
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Início dos debates
Segundo Moreira Franco, os debates sobre a reforma no plenário estão programados para começar nesta quinta-feira (14). Para garantir a aprovação, porém, o governo precisa dos votos do PSDB, terceiro maior partido da Câmara, como já disse o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Moreira Franco desconversou sobre a indefinição dos tucanos se irão ou não fechar questão sobre a matéria.
“Isso é um problema do governador (Geraldo) Alckmin, que agora é o presidente do partido” disse o ministro.
Temer cogita votação em 2018
Diante da dificuldade em atingir os votos necessários, o presidente Michel Temer admitiu a possibilidade de a votação ficar para 2018. Perguntado sobre a declaração, Moreira Franco evitou falar em datas.
“O fato é o seguinte: começamos a discussão na quinta-feira, e o objetivo é que se vote o mais rápido possível.”
O PMDB, partido de Moreira Franco e Temer, fechou questão sobre a votação. O partido, porém, não determinou qual será a punição para os deputados “traidores”.
“Da outra vez que fechou questão, puniu. Evidentemente se for fechar questão e dizer qual é a punição, você está ameaçando, você não está fechando questão“, disse o ministro.
Gastos com a Previdência
Durante o debate, Moreira Franco voltou a defender a urgência da necessidade da reforma para conter os gastos crescentes com a Previdência.
Ele disse que, com as mudanças, as contas públicas “vão melhorar” e que o Brasil poderá ter no ano que vem “o início de um ciclo virtuoso”.