Ações de empresa que diz ter achado anticorpo para o coronavírus disparam
Do UOL, em São Paulo
17/05/2020 14h30
As ações de uma empresa farmacêutica norte-americana dispararam e subiram 150% após ela anunciar que encontrou um anticorpo que inibe em, apenas quatro dias, 100% a infecção pelo Sars-CoV-2, o novo coronavírus. Até o momento, são estudos pré-clínicos e a Organização Mundial da Saúde ainda não reconhece ou recomenda nenhum remédio ou tratamento para a cura da covid-19.
Após o anúncio feito pelo CEO da Sorrento Therapeutics, na sexta-feira (15), as ações da companhia foram de US$ 2,62 a US$ 4,50.
O movimento é liderado pelo otimismo de que uma cura possa ser encontrada - mas sob os riscos mais céticos de que as coisas não funcionem com essa facilidade toda.
O otimismo chegou também às redes sociais. Neste domingo, uma matéria de TV sobre esta suposta descoberta viralizou no Twitter e Instagram e deixou brasileiros empolgados com o possível avanço no desenvolvimento de uma vacina, a ponto de o tema ser um dos mais comentados, entrando nos trending topics:
Mais sobre o estudo
A empresa farmacêutica americana Sorrento Therapeutics anunciou ter encontrado um anticorpo que inibe, em apenas quatro dias, 100% a infecção pelo Sars-CoV-2. Os estudos, entretanto, são pré-clínicos, o que significa que ainda não foram testadas falhas nem eficácia em humanos.
Chamado de STI-1499, o anticorpo se destacou entre bilhões de candidatos que a empresa está pesquisando. Ele foi capaz de bloquear completamente a ligação da proteína spike do coronavírus (semelhante a uma coroa em volta do vírus) com o receptor ACE2, localizado nas células humanas. O Sars-CoV-2, então, não consegue se replicar e espalhar a infecção.
Sorrento pretende incluir o STI-1499 no coquetel que está desenvolvendo, chamado de Covi-Shield. Esse coquetel será composto por uma mistura de diferentes anticorpos que fornecem proteção contra diferentes cepas do vírus.
Segundo o site TecCrunch, a empresa já estaria discutindo com os órgãos reguladores sobre como agilizar o desenvolvimento desse tratamento potencial. Mas para obter a aprovação do FDA (Food and Drug Administration), órgão que regula os medicamentos nos EUA, ela precisará testar o tratamento em animais. Em seguida, deverá solicitar permissão para iniciar os testes de segurança e eficácia em seres humanos.
A farmacêutica diz que pode produzir até 200.000 doses por mês e planeja fazer 1 milhão de doses enquanto busca aprovação.