77% dos bares e restaurantes do país tiveram perdas em abril, diz entidade
Colaboração para o UOL
26/05/2021 16h31
Uma pesquisa da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) mostra que, mesmo com a reabertura gradual, 77% dos bares e restaurantes fecharam com prejuízo em abril. Este número é menor que o de março, quanto atingiu 82%. Quase três em cada quatro empresas têm pagamentos em atraso, principalmente impostos.
O levantamento foi realizado no começo de maio pela associação e concluiu que o motivo principal é a queda no faturamento nos primeiros meses do ano em função do fechamento forçado. Com a reabertura gradual, em que quase metade dos estabelecimentos ainda tem de fechar antes de 20h, 72% apresentam dificuldades para pagar dívidas, como impostos, aluguel e débitos com fornecedores.
O funcionários também são afetados, quase metade (49%) dos empresários teve problemas para o pagamento do salário vencido em 5 de maio, contra 91% no mês passado, e 75% demitiram funcionários nos primeiros meses do ano.
"O quadro é grave. Quem sobrevive acumula dívidas e não tem faturamento para traçar um caminho de recuperação. As MPs trabalhistas ajudam, mas chegaram tarde. É importantíssimo destravar o crédito. A sanção pelo presidente Bolsonaro da nova rodada do Pronampe, já aprovada no Congresso, promete ser uma tábua de salvação para muitos. Mas ano passado vimos que houve muita resistência e burocracia de alguns bancos em liberar o recurso; espero que agora o processo seja mais rápido e fácil", afirma Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
O governo
A pesquisa mostrou que 76% dos empresários desaprovam totalmente ou em parte as ações dos governos estaduais na pandemia e 66% desaprovam as medidas dos prefeitos. Já o governo federal tem mais aprovação do que rejeição, 50% aprovam totalmente ou em parte contra 42% que desaprovam.
"Não nos surpreende a má avaliação dos governadores e prefeitos, tantas foram as idas e vindas, o abre-fecha, as decisões arbitrárias e sem diálogo. Esperamos que isso melhore de agora em diante", comenta Solmucci.