Bradesco reage à ação das Americanas contra buscas em e-mails: 'Medo?'
Weudson Ribeiro
Colaboração para o UOL, em Brasília
27/01/2023 22h36Atualizada em 30/01/2023 17h43
Ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o Bradesco afirmou hoje que as Americanas foram "palco para uma das maiores fraudes contábeis da iniciativa privada" e criticou a cúpula de acionistas da varejista, formada por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
- O banco pediu que seja negado um recurso da varejista contra decisão em que a juíza Andréa Galhardo Palma autorizou perícia em e-mails da empresa em busca de provas de fraude.
- "Quem tem medo da prova? Causa perplexidade a postura das Americanas, em que ela parece fazer até o impossível para impedir que uma possível fraude seja investigada e que os responsáveis sejam devidamente punidos", diz o Bradesco.
- A magistrada indicou ontem que a Ernest & Young deverá acompanhar o processo de inspeção nos computadores das Americanas.
- "Apesar de notícias sensacionalistas, não se indicou, em momento algum, que teria havido de fato uma fraude contábil por parte de quaisquer indivíduos, nem pelos acionistas do Grupo Americanas, tampouco por seus administradores", rebateu hoje a empresa.
Bradesco em manifestação ao TJ-SP
Os e-mails das Americanas são alvos também da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A autarquia avançou nas investigações sobre o escândalo contábil que levou a empresa a pedir recuperação judicial e anunciou hoje a abertura de dois inquéritos.
O objetivo do processo, segundo a autarquia, é apurar:
- possíveis irregularidades envolvendo informações contábeis;
- possíveis irregularidades na divulgação de notícias, fatos relevantes e comunicados;
- possíveis irregularidades nas negociações com ativos de emissão da companhia;
- denúncias recebidas por meio de canais de atendimento da CVM;
- a conduta da companhia, acionistas de referência e administradores;
- a atuação de intermediários no processo de ofertas públicas envolvendo ativos da companhia;
- a atuação das agências de classificação de risco de crédito em relação às Americanas.
CVM, em nota