Fazenda avalia pedido de taxar importados; CNI prevê risco a 500 mil vagas
Secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan afirmou que a pasta fará uma "análise criteriosa" sobre dados entregues pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e o IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo).
O que aconteceu:
Presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, conversou hoje com Durigan e o ministro Fernando Haddad sobre as importações de até US$ 50 com imposto zerado. "Isso atingiu um volume inexplicável e que está prejudicando tanto o comércio como a indústria brasileira", falou Andrade.
Para vocês terem uma ideia, são mais de um milhão de pacotes por dia que estão chegando no Brasil, com esse valor de até US$ 50. Isso está chegando a uma proporção que vai dar R$ 60 bilhões por ano e só na indústria que nós fizemos a estimativa nós vamos perder 500 mil empregos."
Robson Braga de Andrade
Ele indicou que os dados são recentes, porque "ninguém tinha noção, talvez há seis meses, que nós estávamos pegando um milhão de pacotes por dia".
O representante da CNI propôs que haja paridade de impostos sobre a mercadoria de fora e a produzida no Brasil, "de tal forma que o produto importado paga o mesmo imposto que a indústria nacional".
A reunião também contou com a presença de Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV, que pressionou pela tributação: "Apesar de que parece para o consumidor que está tendo benefício, para o país está muito difícil, vai ser muito ruim".
"Nós estamos correndo o risco de um forte desemprego no varejo que já vem sofrendo nesse começo de ano", ressaltou.
O que respondeu o ministério?
Durigan disse que a questão das perdas de emprego é "é muito preocupante e o estudo consistente nesse sentido".
A gente recebeu os estudos hoje e vamos fazer uma análise criteriosa com a receita para avaliar esse impacto.
Duriga sobre dados da indústria
Em seguida, o ministério vai "processar com as áreas técnicas e daremos o encaminhamento oportuno".