Governo culpa clima por alta de alimentos e diz que 'tendência é diminuir'
O governo Lula (PT) atribui a questões climáticas a alta dos alimentos, que tem ajudado a puxar a inflação para cima, e diz esperar queda até abril.
O que aconteceu
O IPCA, índice que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,83% em fevereiro, segundo o IBGE —a inflação acumulada no ano é de 1,25%. Houve aumento no setor de alimentação e bebidas (0,95%), com maior alta na alimentação em casa (1,12%), principal foco de preocupação de Lula.
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Lula se reuniu hoje com os ministros ligados ao agronegócio. Ele quer pedir alternativas para incentivar a queda no preço dos alimentos. Segundo Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário, a queda já chegou aos produtores e deve, em breve, atingir o consumidor final.
O que determina que esse aumento ocorreu em função de questões climáticas, que foram muito importantes no Brasil, todo mundo assistiu o excesso, a alta temperatura no Centro-Oeste, as chuvas ocorridas no Sul do Brasil, enfim, foi um aumento sazonal, a tendência agora é diminuir.
Ministro Paulo Teixeira, sobre a alta dos preços
Alimentos básicos ficaram entre as principais altas em fevereiro. A alimentação no domicílio foi impactada principalmente por aumentos de preços da cebola (7,37%), da batata-inglesa (6,79%), das frutas (3,74%), do arroz (3,69%) e do leite longa vida (3,49%). Já a alimentação fora do domicílio teve alta de 0,49%, ante 0,25% em janeiro.
Culpa é das mudanças climáticas, aponta governo. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, usou o arroz como exemplo. "O Rio Grande do Sul produz praticamente 85% do arroz no Brasil, e tivemos enchentes exatamente nas áreas produtoras, o que deu certa instabilidade", argumentou.
Consumidor deve sentir mudança até abril. Segundo ele, o produtor local já experimentou uma queda de 10% — de R$ 120 para R$ 100 por saca. "O que esperamos é que se transfira essa baixa dos preços, os atacadistas abaixem também na gôndola do supermercado, que é onde as pessoas compram", afirmou.
Ministros prometeram medidas de incentivo à produção para que a queda acelere. Fávaro citou o Plano Safra, mas não especificou como isso será feito. Uma alternativa pode ser estimular a produção dos alimentos em diferentes regiões, para que fiquem menos dependentes de uma situação específica. "Quando a gente estimula o plantio de segunda safra no Centro-Oeste, a gente está incentivando a ter arroz perto destes centros consumidores", explicou Fávaro.
O alimento que chega à mesa do produtor, o arroz, o feijão, o pão, o macarrão, que vêm do trigo, que vêm da mandioca, tudo isso precisa de estímulo.
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura