Elas não querem abrir mão do conforto após pandemia, diz CEO da Piccadilly
Claudia Varella
Colaboração para o UOL, em São Paulo
21/11/2024 12h00
Cristine Grings, CEO da Piccadilly, diz que, durante o processo de rejuvenescimento da marca, a empresa percebeu que as mulheres mais jovens estão em busca de conforto, principalmente após a pandemia. Ela foi convidada do "UOL Líderes", videocast do UOL Economia que entrevista líderes do mundo empresarial.
A pandemia potencializou isso demais. Eu digo assim: 'as pessoas foram jogadas no conforto'. Quem não usou pantufa, chinelo, roupa de moletom na pandemia? Então, após a pandemia, as pessoas não querem mais abrir mão de conforto. Houve uma mudança efetiva de comportamento de consumo.
Cristine Grings, CEO da Piccadilly
Ela diz que a Piccadilly já vinha com o processo de rejuvenescimento da marca. "A partir da pandemia, a gente viu uma enorme oportunidade de potencializar ainda mais esse rejuvenescimento. A gente criou novos projetos, novos produtos, e tem conseguido evoluir nesse rejuvenescimento e ampliando o público consumidor da marca", declara.
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Outra percepção da empresa é que a mulher mais velha "não quer ser mais velha". "Portanto, tem um grande espaço aí de entregar conforto, bem-estar e tecnologia, mas também entregar jovialidade, porque hoje está muito menos ligado à idade e muito mais ao estado de espírito", declara Cristine, na entrevista.
A Piccadilly está no mercado desde 1955. É uma das maiores empresas do país no setor calçadista feminino. Seus produtos são vendidos em mais de 21 mil pontos de vendas no Brasil e no mundo, incluindo franquias, lojas exclusivas e multimarcas.
A empresa tem duas unidades fabris, uma sede corporativa e dois centros de distribuições. Todos no Rio Grande do Sul. Produz cerca de 40 mil pares de calçados por dia. Em 2023, a Piccadilly faturou R$ 597,6 milhões, um crescimento de 15% em relação ao ano anterior.
Collab com a Barbie
Uma das ações de rejuvenescimento da marca foi a collab com a Barbie. Este foi o primeiro licenciamento da história da Piccadilly. "Foi algo extraordinário, que começou com um olhar de identificar, de forma antecipada, uma tendência que vinha. A gente surfou a crista da onda. Entrou com essa parceria no momento perfeito", afirma.
Teve aí um casamento perfeito entre duas marcas que têm um grande olhar para as gerações, para encorajamento feminino. A gente realmente conseguiu fazer uma collab que fez muito sentido para as duas marcas. Obviamente, para a gente fez muito, porque o filme ["Barbie"] estourou.
Cristine Grings, CEO da Piccadilly
Foi um sucesso ímpar. Permitiu a Piccadilly ser percebida por consumidoras que talvez não conhecessem a marca ainda, não tinham vivido a experiência de consumir Piccadilly. Nos levou para o lugar mais nobre da vitrine das lojas.
Cristine Grings, CEO da Piccadilly
Sem uso de couro
A Piccadilly não usa matéria-prima de origem animal, como couro, em seus calçados. Cristine diz que a companhia é precursora nessa iniciativa. "Hoje em dia, isso é algo até muito mais comum. A grande maioria do calçado brasileiro não usa mais couro. Mas lá atrás, quando a Piccadilly foi precursora nessa iniciativa, foi algo totalmente inovador e, por ser inovador, disruptivo", afirma.
Calçados funcionais
A empresa tem linha de calçados funcionais. Uma tecnologia desenvolvida pela Piccadilly para uma linha de calçados femininos estimula a circulação sanguínea, previne varizes e inchaços e alivia dores. A linha é a Piccadilly Maxi.
A gente tem, através dessa tecnologia, uma manta que emana raios infravermelhos longos e, através desses raios, ajuda na circulação sanguínea, na prevenção de varizes, no cansaço. Enfim, então é uma tecnologia incrível.
Cristine Grings, CEO da Piccadilly
Veja a entrevista completa