Ações do Boticário chamam a atenção para o meio ambiente, diz executivo

O empresário Artur Grynbaum, 55, vice-presidente do Conselho do Grupo Boticário, disse que a empresa faz ações para chamar atenção para temas importantes da marca, como sustentabilidade e conscientização ambiental, entre outros. Ele foi convidado do "UOL Líderes", videocast do UOL Economia que entrevista líderes do mundo empresarial.

O que aconteceu

O Grupo Boticário é dono de marcas famosas, como O Boticário, Eudora, Quem Disse, Berenice?, O.U.i e Vult. A empresa nasceu em Curitiba (PR), em 1977. Hoje, o Grupo tem lojas em cerca de 1.750 municípios e está presente em 50 países. São duas fábricas: São José dos Pinhais (PR) e Camaçari (BA).

Acho que, mais importante do que identificar a mensagem, é entender o que você quer comunicar. E, no nosso caso, são os nossos valores e a nossa história.
Artur Grynbaum

Uma dessas ações foi o "Projeto Extinto". A proposta foi criar uma fragrância que reproduz fielmente o cheiro da parte não poluída da Baía de Guanabara, no Rio. Segundo a empresa, o odor do perfume "Extinto Brasil" é composto por "notas aquáticas da Baía de Guanabara, florais, como violeta e jasmim, e notas das madeiras que compõem a floresta da região". É um projeto de conscientização ambiental, e a fragrância não será comercializada, diz o site da empresa.

Através do equipamento chamado 'headspace', a gente consegue coletar o cheiro, vamos dizer assim, para o consumidor entender do ar, decodifica depois para entender quais são as notas olfativas e constitui esse produto. E a gente fez isso como uma ação para chamar a atenção, para a necessidade de olharmos para essas áreas.
Artur Grynbaum, vice-presidente do Conselho do Grupo Boticário

Na entrevista, ele disse que a empresa vai realizar mais quatro ações similares em outros continentes. Segundo a empresa, entre os locais que vão receber a ação de conscientização ambiental, estão a Calábria (Europa), a Ilha de Madagascar (África), Nova Delhi (Ásia) e Camberra (Oceania).

Fundação de Proteção Ambiental

O Grupo Boticário criou uma fundação de proteção ambiental em 1990. "Eu brinco que nessa época a sustentabilidade não aparecia nem no dicionário ainda, dentro dessa equação", disse Grynbaum. É a Fundação Grupo O Boticário de Proteção à Natureza.

E nós fizemos isso porque desde aquele momento, e, na verdade, anteriormente a isso, nós tínhamos uma visão bastante importante, obviamente dos nossos negócios, do que a gente queria propor, não só para nós, mas para toda a nossa rede de parceiros do negócio. Porque temos colaboradores, distribuidores, franqueados, mas também um olhar bastante importante para a sociedade.
Artur Grynbaum, vice-presidente do Conselho do Grupo Boticário

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Em 1992, a empresa publicou na revista "Veja" um encarte publicitário com cheiro de mata queimada, em referência à Amazônia em chamas. Era época da Eco-92, evento sobre meio ambiente realizado no Rio. "E foi 'uau'. Uma ação dessa, em que as pessoas recebiam a publicação, cheiravam a mata queimada e passavam a entender a necessidade de a gente olhar para isso", afirmou.

No fundo, a gente busca inspiração muito mais do que nós queremos transmitir, nos cuidados que nós achamos relevante passar e, mais do que isso, ajudar a influenciar na formação da opinião das pessoas para trazer um contexto, uma visão e uma ação sobre o tema.
Artur Grynbaum, vice-presidente do Conselho do Grupo Boticário

Empresa de controle familiar profissionalizada

O Grupo Boticário é uma empresa de controle familiar altamente profissionalizada. "Nós somos uma empresa de controle familiar. Somos dois cunhados que somos sócios e proprietários do negócio, mas temos uma gestão profissionalizada há muitos anos."

Ele também disse que nenhum herdeiro tem lugar garantido na companhia. "Para você sentar em qualquer cadeira da empresa, você tem que trazer sua contribuição, entregar performance. Não tem lugar garantido, ou seja, minhas sobrinhas não têm lugar garantido, eu não tinha lugar garantido. Tem que estar sempre tendo uma entrega acima da expectativa da cadeira para você poder se manter, e é assim que tem que ser feito", declarou.

Abrir o capital não faz parte da estratégia da empresa no momento. Segundo ele, para fazer uma abertura de capital, a empresa teria de ter um propósito diferenciado. "E hoje eu não consigo enxergar nem no curto e no médio prazo", afirmou, na entrevista.

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