Anúncio do Plano Safra fica para 3 de julho, apesar de ansiedade do setor

O governo federal adiou em uma semana o lançamento do Plano Safra 2024/2025, apesar da alta expectativa do setor. O programa disponibiliza recursos com taxas mais baixas para a agropecuária empresarial e familiar e seria anunciado nesta quarta-feira (26), mas ficou para 3 de julho.

O adiamento teria sido um pedido do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, para dar tempo ao governo de acertar os detalhes da proposta e organizar atividades no dia do lançamento.

O que aconteceu

A decisão foi tomada em uma reunião realizada nesta terça-feira (25) pelos ministros da área e o da Fazenda, Fernando Haddad, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O anúncio será no Palácio Planalto e deve contar com a presença de movimentos sociais ligados ao campo e com uma feira de produtos de pequenos produtores, além de uma exposição de máquinas focadas na agricultura familiar.

Setor espera valor recorde. Nos bastidores, a expectativa é de que o valor liberado para próxima safra fique acima dos R$ 500 bilhões, um recurso recorde e já antecipado em eventos de agronegócio pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Carlos Fávaro.

O montante, se confirmado, ultrapassa em 12,84% os R$ 435,8 bilhões disponibilizados para pequenos, médios e grandes produtores na safra (2023/2024). O maior volume desses recursos deve ir para o agronegócio, conforme pedem entidades do setor, mas cerca de R$ 100 bilhões devem ser repassados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), no qual o governo deve dar preferência à redução de juros.

Juros mais baixo. A ideia é que, no geral, para todos os setores atendidos, o Plano Safra 2024/25 traga juros abaixo de dois dígitos ou de até 10,5% ao ano, seguindo a taxa básica de juros, a Selic.

O que é o Plano Safra?

Programa para apoiar o setor agropecuário. O Plano Safra é um programa federal ativo desde 2003, criado para o fortalecimento dos sistemas de produção ambientalmente sustentáveis, bem como para manutenção e avanço da produção de alimentos no Brasil.

Por meio dele são oferecidas diversas linhas de crédito para o financiamento de atividades agrícolas, incluindo as de cooperativas e agricultores familiares. Anunciado no meio do ano, acompanhando o calendário das principais safras, e, em geral, entra em vigência no dia 1º de julho. As regras valem por 12 meses.

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Expectativa do setor

Devido às quebras de safra, baixa de algumas commodities importantes (a exemplo a soja) e das chuvas e secas extremas e fora de época, o setor aguarda com ansiedade e certa urgência os juros reduzidos do próximo Plano Safra.

Descontentamento com o adiamento. Em nota oficial, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) declarou lamentar "profundamente o adiamento do Plano Safra 2024/25" e que considera a medida uma "demonstração de desorganização e ineficiência do governo federal."

Tempo perdido para os produtores. A entidade reforça a condição de crise do setor e lembra "que os produtores rurais ficarão descobertos durante a primeira semana de vigência do plano" e que se deve considerar ainda o tempo perdido frente a "problemas que estiverem na proposta inicial" e precisem ser corrigidos.

Entendemos que o momento é urgente e exige isonomia governamental para que possamos enfrentar os desafios de continuar contribuindo com grande parte do PIB brasileiro, da geração de emprego e renda, além do alimento de qualidade e sem inflação na mesa do brasileiro.
Nota da Frente Parlamentar da Agropecuária

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