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Quanto dinheiro você precisa juntar para pedir demissão?

Abandonar o trabalho pode ser uma opção se bem planejado Imagem: iStock

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/06/2024 04h00Atualizada em 18/07/2024 13h23

O pedido de demissão não precisa ser a gota d'água. Se bem planejado, pode ser um movimento estratégico para dar uma guinada na vida. Mas, para garantir o equilíbrio mental e financeiro durante esse período —um período sabático, quem sabe?—, a decisão deve ser tomada com antecedência.

Mas quanto preciso guardar?

O suficiente para fazer uma reserva de três a seis vezes o valor dos gastos mensais.

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Esse montante deve trazer algum conforto para esse tempo, mas não é o único fator a ser considerado. O planejamento financeiro e familiar é imprescindível para mapear alternativas nesse cenário, o que ajuda a acalmar os ânimos e a curtir o descanso.

Como começar a juntar dinheiro?

Nada de cortar o cafezinho. Nessa hora, é preciso pensar em economias maiores e mais duradouras, como trocar o carro por um modelo mais barato ou vender um bem para quitar um financiamento.

Além disso, os pequenos gastos com lazer, como a ida a uma festa ou a assinatura de um streaming, são respiros na nossa rotina. Cortar esses momentos gera uma sobrecarga de estresse, o que pode desencadear decisões financeiras impulsivas e, consequentemente, piores.

Um planejamento de todos

Quando o pedido de demissão impacta mais gente, a decisão precisa ser conversada. A dificuldade de ser transparente sobre os próprios sentimentos pode prejudicar até os relacionamentos nesse momento.

É importante que, no caso de famílias com filhos, até as crianças saibam o que está acontecendo, assim elas têm mais noção de equilibrar os pedidos. Nesses casos, priorizar os gastos depende de avaliações subjetivas, e cada um precisa entender o que é negociável ou não.

Afinal, quanto devo guardar?

No cenário básico, a reserva financeira para a demissão deve equivaler à soma de três a seis vezes os gastos mensais. Trocando em miúdos: uma pessoa que tenha despesas de R$ 7.000 por mês, por exemplo, deve juntar entre R$ 21 mil e R$ 42 mil antes de se demitir.

Neste cálculo, deve entrar tudo, das contas fixas aos gastos supérfluos. Se a pessoa tem direito ao auxílio-desemprego, por exemplo, ela pode juntar o mínimo, já que o benefício complementa o orçamento nesse período.

Se houver planos de viagens e outros projetos, essas despesas extras devem ser somadas ao cálculo básico. Por outro lado, ter uma reserva anterior ou reduzir as despesas fixas ajuda nesse processo.

Cabe fonte de renda extra?

Pode parecer uma resposta óbvia, mas não é: a renda extra não compensa quando leva a pessoa ao desgaste. O adoecimento mental relacionado ao trabalho está cada vez mais comum, então é preciso olhar para essa rotina com mais sensibilidade e criticidade. Então quando a atividade da renda extra rouba os momentos que a pessoa tem para descanso, não vale a pena.

Há ainda um segundo critério para avaliar essa questão: o balanço financeiro. É preciso separar as contas da casa e a do empreendimento. A partir daí, veremos com clareza as finanças e conseguiremos avaliar se a atividade está sendo vantajosa.

Fonte: Lai Santiago, planejadora financeira

Com informações de matéria de setembro de 2022

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