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Lula lança Plano Safra 2024/2025 com valor recorde de R$ 475,56 bilhões

Alexandre Novais Garcia

Do UOL, em São Paulo

03/07/2024 15h48

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, lançaram nesta quarta-feira (3) o Plano Safra 2024/2025. O anúncio traz a liberação recorde de R$ 475,56 bilhões para os produtores rurais no ciclo encerrado em julho do próximo ano, valor 9,1% acima dos R$ 435,8 bilhões desembolsados no ano passado.

O que aconteceu

O governo anunciou o novo Plano Safra para o ciclo 2024/2025. A iniciativa libera R$ 475,56 bilhões para o financiamento da agricultura e da pecuária no Brasil até junho do próximo ano. O plano traz linhas de crédito mais atrativas do que as disponíveis no mercado.

Liberação recorde será dividida entre dois grupos de produtores. A maior fatia da verba, de R$ 400,59 bilhões (84,2%), será distribuída aos grandes e médios agricultores empresariais, alta de 10% ante à safra anterior. Os demais R$ 74,98 bilhões (15,8%) são direcionados aos agricultores familiares.

Total do Plano de Safra 2024/2025 pode alcançar R$ 508,59 bilhões. A ampliação de R$ 108 bilhões do inventivo pode ser efetivada com a emissão de LCA (Letras de Crédito do Agronegócio). O valor é usado para emissões de CPR (Cédulas do Produto Rural) complementares. O valor é usado para emissões de CPR (Cédulas do Produto Rural) complementares. "Tem subvenção do Imposto de Renda e direcionamento obrigatório do governo para isso. Não estou fazendo isso para inflar o Plano Safra, porque não precisa. Ele já se mostrou com números sem a LCA", destacou Fávaro.

Os juros para custeio e comercialização são de 8% ao ano para os produtores enquadrados no Pronamp. As verbas do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural são 6,7% maiores do que na safra anterior. Já para investimentos, as taxas variam entre 7% ao ano e 12%, de acordo com cada programa.

Seguro para o RS

O ministro Fávaro anunciou recurso rural para aumentar a eficiência para o Rio Grande do Sul. Com a medida, as verbas para o estado vão saltar 17%. A evolução beneficia 26 mil produtores do estado, totalizando 1,2 bilhão de hectares.

Mudança elevou os subsídios para os produtores de soja de 20% para 40%. As demais culturas passaram de 20% para 30%. "O seguro vai precisar de mais demandas, as mudanças climáticas estão aí e eu tenho certeza de que continuaremos com soluções melhores", disse Fávaro.

Agricultura familiar

Plano da Agricultura Familiar traz juros mais baixos a produtores de alimentos. Apresentado no início da tarde, o programa beneficia com linhas de crédito mais baratas os produtores de itens do dia a dia das famílias, como feijão, arroz, mandioca, leite, frutas e verduras. Para os itens, as taxas recuaram de 4% para 3%.

Cultivo de orgânicos também ficam beneficiados pelo anúncio do governo federal. Os juros para os itens na linha de sociobiodiversidade, como babaçu, jambu, castanha-do-Brasil e licuri, caíram de 3% para 2%. Ao todo, 10 linhas de financiamento de crédito rural tiveram redução dos juros.

Programa prevê estímulo à produção de arroz após tragédia do Rio Grande do Sul. Para tentar inibir o efeito das enchentes no estado responsável por 70% da produção do grão, o Plano Safra define as taxas de custeio para produção em 3% para o arroz convencional e 2% para o arroz orgânico.

A diversificação da distribuição foi elogiada pelo ministro Fernando Haddad. Segundo o titular da Fazenda, o Plano Safra voltado para todo o território nacional vai garantir a comida na mesa do povo brasileiro, mesmo que eventos adversos afetem a produção. "Quando você tem uma catástrofe, como a que aconteceu no Rio Grande do Sul, você afeta uma cultura inteira se ela estiver concentrada", afirmou,

Você não vai mudar o Brasil do dia para a noite, mas a perspectiva de diversificar as culturas vai permitir um Brasil com mais segurança alimentar mesmo diante das mudanças climáticas, o que é muito importante.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

O que é o Plano Safra

O programa do governo federal oferece linhas de crédito aos agricultores. Além disso, a iniciativa traz anualmente incentivos e políticas agrícolas. Fica sob a responsabilidade do Ministério da Agricultura e Pecuária o crédito rural e os programas destinados a médios e grandes produtores.

As verbas para a agricultura familiar ficam com o Ministério do Desenvolvimento Agrário. O plano tem o objetivo de fortalecer o setor para a produção sustentável de alimentos saudáveis. O programa também oferece linhas de crédito diferenciadas. Além disso, há pesquisas e estímulos para uma produção mais ecológica.

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