Saques da poupança superam depósitos em R$ 2,8 bilhões no 1º semestre
Alexandre Novais Garcia
Do UOL, em São Paulo (SP)
05/07/2024 09h17
As aplicações nas cadernetas de poupança superaram as retiradas em R$ 12,8 bilhões no mês de junho, mostram dados divulgados nesta sexta-feira (5) pelo BC (Banco Central). Apesar de positivo, o resultado foi insuficiente para compensar as perdas dos primeiros meses do ano. Com isso, a aplicação fecha o primeiro semestre com captação líquida negativa de R$ 2,8 bilhões.
O que aconteceu
A caderneta de poupança teve perdas pelo sétimo trimestre seguido. O valor é resultado de R$ 2,03 trilhões aplicados e R$ 2,04 trilhões sacados da aplicação no período.
Apesar de negativo, resultado é o melhor da aplicação para o primeiro semestre desde 2020. No mesmo período do ano passado, as retiradas da poupança foram R$ 66,6 bilhões maiores do que os aportes na caderneta. O volume representa a maior perda de toda a série histórica, iniciada em 1995, para um semestre. Em 2021 e 2022, as captações líquidas ficaram negativas em, respectivamente, R$ 16,5 bilhões e R$ 50,5 bilhões.
Somente em junho, o volume de aplicações superou o de saques em R$ 12,8 bilhões. O resultado positivo foi o maior da poupança desde dezembro e contou com o depósito de R$ 348 bilhões e a retirada de R$ 225,3 bilhões. O dia 28 foi o de maios captação, com saldo de R$ 9,6 bilhões.
Saldo final da poupança volta a superar R$ 1 trilhão após dois anos. A marca havia sido atingida pela primeira vez desde julho de 2022 (R$ 1,007 trilhão). Com o desempenho positivo do mês de junho, o valor passou de R$ 993,3 bilhões para R$ 1,011 trilhão.
Rentabilidade
Atual rendimento da caderneta é de 0,5% ao mês + TR (Taxa Referencial). O percentual vale para sempre que a taxa básica de juros figurar acima de 8,5% ao ano. Atualmente, a Selic está em 10,5% ao ano.
O retorno é inferior ao de investimentos de igual segurança e liquidez. "Muitas vezes as pessoas ficam presas na poupança por desinteresse e se afastam de aplicações seguras com uma rentabilidade melhor", avalia Marcelo Guterman, especialista de investimentos da Western Asset.