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Bolsa fecha em alta e dólar recua de volta a R$ 5,62

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

07/08/2024 10h13Atualizada em 07/08/2024 17h19

A Bolsa de Valores de São Paulo e o câmbio tiveram o segundo dia de recuperação depois das fortes perdas da segunda-feira (5). O Ibovespa fechou com alta de 0,99% e recuperou o patamar dos 127 mil pontos, perdido em 1.º de agosto. Ao fim do pregão, o índice ficou em 127.517,18 pontos, conforme dados preliminares. O dólar finalizou esta quarta-feira (7) com baixa de 0,56%, valendo R$ 5,624. O turismo caiu para R$ 5,842 (venda).

O que aconteceu?

O mercado se acalmou depois do pronunciamento do vice-presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Shinichi Uchida. Ele disse que a instituição não aumentará mais as taxas de juros enquanto os mercados estiverem instáveis? -

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Uchida disse que o BoJ monitora os impactos de suas decisões na economia e nos preços com "máxima vigilância". "Em contraste com o processo de aumentos nas taxas de juros na Europa e nos Estados Unidos, a economia do Japão não está em uma situação em que o banco pode ficar para trás se não aumentar a taxa de juros em um determinado ritmo", disse Uchida em um discurso para líderes empresariais na ilha de Hokkaido, na terça-feira (pelo horário local).

Por que isso é importante?

O aumento de juros no Japão e a valorização do iene feita pelo BoJ provocaram a "Black Monday". Na última segunda-feira (5), mercados do mundo inteiro viram uma debandada de investidores. No Japão, o índice Nikkei 225 caiu 12,4% , o maior declínio em um dia desde 1987.

Isso aconteceu basicamente por conta de operações de "carry trade". Como o país oriental tinha a menor taxa do mundo, muitos investidores emprestavam dinheiro lá e aplicam em países onde a taxa é alta, como o Brasil e os Estados Unidos. Com a alta dos juros e a valorização do iene, essa operação perdeu rentabilidade e os investidores passaram a vender ativos para pagar os empréstimos japoneses. Assim, houve uma fuga de dinheiro saindo do Brasil, desvalorizando o real.

A divisa americana chegou a ser cotada a R$5,5975 ao longo do dia. "Esse nível que não era registrado desde o fechamento do pregão do dia 23 de julho, quando o dólar encerrou o dia cotado a R$5,5880", diz o economista André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online.

E como fica o real daqui para frente?

Deve continuar com muita instabilidade, mas num patamar menor que o atual. O Itaú, por exemplo, revisou para cima sua previsão para a cotação da moeda americana para o fim do ano. A projeção subiu de R$ 5,30 para R$ 5,50 reais por dólar até o final de 2024.

O banco cita a queda na rentabilidade das exportações para isso. Em relatório divulgado nesta quarta, o banco diz que haverá uma "deterioração da conta corrente com perda de força da balança comercial e aumento do déficit de serviços e rendas".

Ações de banco

O Banco do Brasil divulga após o fechamento seu balanço do segundo trimestre. Assim, termina a temporada de balanços dos grandes bancos.

Mas apesar dos bons resultados, boa parte do dia várias dessas ações estiveram na zona vermelha. No final do pregão, Itaú (ITUB4) teve leve alta de 0,48%, indo para R$ 33,84, Bradesco (BBDC3) subiu 36%, para R$ 14,11 e Banco do Brasil (BBAS3) teve queda de 1,28%, indo a R$ 26,31, conforme dados preliminares.

O Itaú, maior banco privado brasileiro, teve lucro líquido de R$ 10,072 bilhões no segundo trimestre, um crescimento de 15,2% em relação ao mesmo período do ano passado. No mesmo dia, o Bradesco divulgou que seu lucro de R$ 4,7 bilhões foi 12% maior em relação ao trimestre anterior.

Com lucros bons, porque as ações não dispararam? "Essas ações subiram recentemente. Mas nesses dias de mais instabilidade, o investidor, quando tem uma alta, mesmo que pouca, ele já vende rápido a ação para garantir o lucro", explica Breno Bonani, analista da Alphamar Invest, de Vitória.

Ou seja, se a ação sobe um pouco, o comprador sai do ativo em seguida para colocar o lucro no bolso rápido e não ficar exposto a possíveis quedas. Por isso, muitas ações consideradas porto seguro, como as de banco, vê m apresentando quedas momentâneas.

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