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Bolsa terceira máxima histórica nominal seguida e dólar cai

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

21/08/2024 10h06Atualizada em 21/08/2024 19h43

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou nesta quarta-feira (21) em alta de 0,28%, com o Ibovespa chegando a 136.463 pontos, depois que ata do Fomc, o Comitê de Política Monetária (Copom) dos EUA saiu praticamente prometendo um corte de juros em setembro. É a terceira máxima histórica nominal seguida. Em agosto, o Ibovespa tem 7,12% de alta.

O dólar, por sua vez, tinha queda mas sofreu um pico de alta por volta das 15h e voltou a cair. Terminou o dia em baixa de 0,07%, com o comercial indo a R$ 5,481 e o dólar turismo cotado a R$ 5,690 (venda).

O que aconteceu

O mercado se surpreendeu com o tom "bonzinho demais" da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve, o banco central dos EUA. A ata diz que, na última reunião do comitê, no final de julho, a "grande maioria" dos participantes "observou que, se os dados continuassem chegando conforme o esperado, provavelmente seria apropriado flexibilizar a política na próxima reunião."

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Houve um grupo que queria cortes já em julho em vez de esperar até setembro. Embora todos integrantes do Fomc tenham votado para manter as taxas estáveis, o documento declarou que "vários observaram que o progresso recente na inflação e os aumentos na taxa de desemprego forneceram um caso plausível para reduzir a faixa-alvo em 25 pontos-base nesta reunião ou que eles poderiam ter apoiado tal decisão."

A ata não mexeu com o Ibovespa, que já vinha subindo. "Também não trouxe nenhuma novidade que fosse suficiente para alterar os ânimos do mercado", disse Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me banco.

Nos últimos 12 pregões, a Bolsa só teve baixa em um, na sexta-feira (16). Esse rally de alta acontece porque desde que se começou a temer que a economia americana poderia entrar em recessão, o mercado passou a dar como certo e necessário um corte de juros em setembro pelo Fed, o bc dos EUA.

Outro dado que corrobora a expectativa de cortes foi a revisão de dados de empregos, divulgada pela manhã. O Bureau of Labor Statistics (BLS) publicou que a economia americana criou 818 mil empregos a menos do que o último levantamento. No período de 12 meses até março de 2024, o crescimento real do emprego foi quase 30% menor do que os 2,9 milhões relatados inicialmente de abril de 2023 a março do ano seguinte. A criação de empregos foi de mais de 2 milhões de vagas.

Essa revisão é feita uma vez por ano. O BLS compara o nível de emprego de março ao Censo Trimestral de Emprego e Salários (QCEW), que se baseia em registros de impostos estaduais de seguro-desemprego e cobre quase todos os postos de trabalho dos EUA.

O que esses números querem dizer?

Que o mercado de trabalho dos EUA não está tão forte. Estimativas indicavam até um milhão de vagas a menos. Isso reafirma a necessidade de um corte de juros pelo Fed (o Federal Resrve, o banco central dos EUA) para evitar uma recessão na maior economia do mundo.

Depois de amanhã, na sexta (23) o presidente do Fed, Jerome Powell discursa no simpósio de Jackson Hole. O mercado está ansioso para ouvir o que ele vai dizer sobre juros e possibilidade de recessão.

E porque o dólar subiu e desceu?

O dólar perdeu força hoje ante a maioria das moedas. Por isso, vinha se desvalorizando para o real aqui também. Mas teve um pique de alta no meio da tarde. Isso aconteceu logo que saiu a ata do Fomc porque o mercado, animado com o corte de juros nos EUA, insiste numa possibilidade de alta da taxa de juros brasileira. "Isso pesa e desvaloriza o real", diz Ariane Benedito, economista especialista em mercados de capitais. Entretanto, como não houve maiores acontecimentos que segurassem a cotação em alta, ela foi arrefecendo.

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