Brasil cria 188 mil postos de trabalho com carteira assinada em julho
Alexandre Novais Garcia
Do UOL, em São Paulo (SP)
28/08/2024 14h39
Depois de fechar o primeiro semestre com mais de 1,3 milhão de novas contratações formais, o Brasil abriu 188.021 postos de trabalho com carteira assinada no mês de julho, mostram dados divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregado), do Ministério do Trabalho e Emprego.
O que diz o Caged
Contratações superam as demissões pelo sétimo mês seguido. Em julho, o resultado contou com 2,18 milhões de admissões e 1,99 milhões de desligamentos com carteira assinada. No mesmo período do ano passado, foram criadas 142 mil vagas formais de trabalho.
Criação de vagas em 2024 já supera o número de todo o ano passado. O Brasil fecha os primeiros oito meses do ano com 1,492 milhão. O desempenho já superior às 1,458 milhão de vagas abertas nos 12 meses de 2023.
Estoque nacional soma 17 milhões de vínculos celetistas ativos. O total, referente ao encerramento do primeiro semestre de 2024, representa uma variação positiva de 13% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor também é o maior da série histórica do Novo Caged, iniciada em 2020.
Ministro do Trabalho antecipou que dado seria positivo. Na última segunda-feira, Luiz Marinho revelou, durante evento no Rio de Janeiro, que os númerod do mercado formal viriam "fortes" para o mês de julho.
O Caged vem vindo bem, julho vem bem e a indústria também, e isso é importante porque a indústria tem um emprego que é mais estrutural e melhor pela sua qualidade e remuneração. Isso ajuda bastante o processo de desenvolvimento da economia.
Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego
Salário médio de contratação subiu 2,19% na comparação anual. Com a evolução, o valor alcançou R$ 2.161,37. Para mulheres o valor ficou em R$ 2.033,44 e para homens R$ 2.252,55. A remuneração do momento da demissão, por sua vez, subiu de R$ 2.202,12 para R$ 2.232,45 em relação a julho de 2023.
Rio Grande do Sul volta a gerar vagas formais após tragédia. Depois de dois meses de saldos negativos devido ao impacto das chuvas, o estado contratou 6.690 novos profissionais com carteira assinada em julho. Marinho avalia que o dado é "resultado dos investimentos realizados com esforço do governo federal" na região.
Eu achava que isso ia acontecer na passagem deste ano para o ano que vem. É uma surpresa.
Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego
Setores
Todos os setores contrataram em julho. O destaque fica novamente por conta do setor de serviços, que gerou 79.167 postos no mês. Na sequência, aparecem a indústria (49.471 postos), o comércio (33.003 vagas), a construção (19.694 cargos) e agropecuária (6.688 colocações).
Saldo também é positivo no acumulado do ano. No intervalo, o setor com maior geração de empregos também foi o de Serviços, com 798.091 novos postos formais. A indústria teve a geração de 292.165 postos. A Construção Civil gerou 200.182 vagas, o comércio 120.802 e a agropecuária, 80.999 empregos formais no ano.
O que é o Caged
O indicador mede o andamento do mercado formal. Divulgado mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados recebe relatórios das empresas para definir a quantidade de contratações e demissões com carteira assinada no Brasil.
Informações do Caged são coletadas pelo eSocial. O sistema que unifica as informações de trabalhadores e empresas. A adoção extinguiu o modelo antigo para a coleta das informações e resultou na criação do Novo Caged, que traz as estatísticas do mercado formal de trabalho desde janeiro de 2020.
Caged tem metodologia diferente da Pnad, do IBGE. Ainda que ambos os indicadores tragam informações sobre o mercado formal, as divulgações da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) são mais completas e definem o nível de desemprego. A base da pesquisa é movimento do mercado dento de um intervalo de três meses.