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Bolsa cai com baixa do petróleo e do ferro; dólar vai a R$ 5,72

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL

23/10/2024 10h27Atualizada em 23/10/2024 12h06

A Bolsa de Valores de São Paulo operava nesta quarta-feira (23) em baixa, perdendo o patamar dos 129 mil pontos. O Ibovespa recuava 0,85%, indo a 128.840 pontos, por volta do meio-dia. O dólar tinha alta de 0,50%, indo a R$ 5,726. O dólar turismo ia a R$ 5,94.

Sem grandes notícias positivas sobre a economia (brasileira ou chinesa) ou qualquer outra informação que possa impulsionar o índice, o Ibovespa fica na dependência do valor de produtos básicos (commodities), como ferro e petróleo, que hoje caem. Eles puxam para baixo ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3 e PETR4). Juntas elas correspondem a 23,18% do Ibovespa.

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Já a moeda americana continua pressionada pelas chances de o candidato Donald Trump vencer a eleição. E isso também arrasta o Ibovespa para baixo.

O que está acontecendo?

Nesta quarta, o preço internacional do petróleo recua cerca de 1% no exterior. Estimativas de alta dos estoques nos Estados Unidos e os esforços do governo americano por um cessar-fogo no Oriente Médio ajudam a cotação a cair.

Na semana, porém, o óleo acumula alta de 4%. Mesmo assim, não vem conseguindo animar as ações da Petrobras. Na semana, PETR3 e PETR4 estão em baixa de 2,30% e 1,95%, respectivamente, segundo a Economatica. A questão é que o mercado de petróleo está num sobe e desce muito grande. Nos últimos dois dias, por exemplo, teve alta. Mas hoje cai. Essas variações afastam os investidores.

Outro problema é a proximidade com a divulgação do balanço da companhia. Isso geralmente também faz com que as ações oscilem bastante. Os números do terceiro trimestre saem no dia 7 de novembro, após o fechamento do mercado. No momento, as ordinárias PETR3 caem para R$ 39,06, em baixa de 0,96%, enquanto as preferenciais vão a R$ 35,63, com desvalorização de 1,33%.

Ferro

A Vale (VALE3) solta seu balanço do terceiro trimestre nesta quinta (24). As ações da companhia, assim como da Petrobras, geralmente acompanham os preços internacionais, mas os do minério de ferro. Na China, o produto fechou hoje em baixa de 1,91%, o que pode dificulta uma alta. Agora, VALE3 cai a R$ 59,65, andando para trás 1,26%.

Dólar e o "Trump Trade"

O dólar continua em alta no mundo todo. O índice que compara a moeda ante seis outras divisas, o DXY, acumula alta de 3% em outubro. Em relação ao real, o dólar já subiu cerca de 5%. "Em outubro, por diversos motivos (resiliência da economia americana, juros, o chamado 'Trump trade', entre outros) o dólar está se valorizando no mundo", diz William Castro Alves estrategista chefe da Avenue.

Donald Trump prega um crescimento mais robusto da economia dos EUA, com mais tarifas de importação sobre os produtos estrangeiros — o que impulsionaria a inflação americana. Consequentemente, haveria taxas de juros mais elevadas. Isso afasta investidores de Bolsas emergentes, como o Brasil.

Além disso, dados mais fortes que mostram a economia americana resiliente, podem abrandar o corte de juros nos EUA. "Isso mexeu com o dólar nas últimas semanas de outubro", diz Alves.

Inflação

Uma notícia que também não ajuda foi a alta da inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) subiu 0,37% na terceira quadrissemana de outubro, após alta de 0,51% no segundo período. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice acumula alta de 4,47% em 12 meses.

FMI

O mercado também repercute a revisão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o PIB brasileiro. Para este ano, a previsão para o Produto Interno Bruto passou de 2,1% para 3%.

Consumo e investimentos mais fortes no primeiro semestre foram os motivos para a revisão, segundo o fundo. O mercado de trabalho aquecido e transferências governamentais também foram citados, além de interrupções menores que o previsto com as enchentes do Rio Grande do Sul. Para o próximo ano, a projeção do foi cortada em 0,20 pontos percentuais e deverá ser de aumento de 2,2%.

Nos EUA, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a revisão do crescimento do PIB demonstra que o crescimento do Brasil é sustentável. "Essa revisão já no fim do ano demonstra que a economia brasileira está crescendo com uma inflação controlada, é sinal de que estamos com um potencial de crescimento sustentável, que não é uma coisa que vai acontecer esse ano e dali a pouco para", afirmou ele.

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