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Bolsa fecha em baixa e dólar fica estável em espera por corte de gasto

Nota de cem dólares com gráfico do mercado de ações Imagem: Getty Images/iStockphoto

do UOL e Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

07/11/2024 10h38Atualizada em 07/11/2024 18h27

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em baixa nesta quinta-feira (7), mesmo com a alta das ações da Vale (VALE3) e o corte de juros feito pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). O dólar terminou o dia quase estável após a taxa de juros americana ter sido cortada em 0,25 ponto percentual, ficando agora no intervalo entre 4,50% e 4,75%. Investidores passaram o dia todo de olho na reunião que acontece desde a manhã no Palácio do Planalto, em busca de novidades sobre o pacote de corte de gastos.

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O que aconteceu

A Bolsa de Valores de São Paulo finalizou o pregão em baixa de 0,51%. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, desvalorizava para 129.681 pontos.

O dólar comercial terminou o dia com ligeira alta de 0,02%, vendido a R$ 5,675, depois de ter caído pela manhã e subido no início da tarde. O turismo finalizou a quinta-feira em alta de 0,14%, para R$ 5,911.

Por que o dólar oscilou tanto?

O mercado está ficando cansado de esperar o pacote de corte de gastos do governo, dizem analistas. "A movimentação hoje não está respondendo à variáveis macroeconômicas, sendo reflexo da incerteza dos investidores sobre o anúncio ou não do pacote de revisão de despesas até o fim da sessão de hoje", diz Matheus Pizzani, economista da CM Capital.

A alta de juros feita pelo Banco Central do Brasil na terça-feira (6) também desanimou os investidores. O BC acelerou o ritmo de aumento dos juros e elevou a Selic em meio ponto porcentual, a 11,25%. "Isso eleva ainda mais a dívida pública e muita gente já vê que um pacote de corte de gastos, por mais amplo e forte que seja, não deve ser páreo para a escalada do endividamento provocada pelos juros", diz André Galhardo, consultor econômico da plataforma Remessa Online.

Após uma série de notícias que mexem com as perspectivas econômicas nos últimos dias, como a vitória de Donald Trump nos EUA, o mercado está reavaliando o cenário. Por esse motivo, tende a evitar grandes transações de compra ou venda, o que significa que não são esperadas movimentações fortes no câmbio ao longo do dia.

A decisão do Fed, nos EUA, entretanto, pode ajudar esse cenário a mudar. "O diferencial de juros poderia ajudar a trazer mais dólares para cá", diz Keone Kojin, especialista da Valor Investimentos. Com a alta da Selic, isso pode estimular investidores a pegar dinheiro emprestados nos EUA e investir nas altas taxas brasileiras. Mas, mesmo com a nova baixa feita pelo Fed, o juro americano continua bem alto e oferecendo mais segurança que os mercados emergentes, como o Brasil.

Em Brasília

Uma reunião ministerial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para definir o corte de gastos começou pela manhã. Foram convocados os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento), Esther Dweck (Gestão), Geraldo Alckmin (Indústria), Camilo Santana (Educação), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho) e Paulo Pimenta (Secom).

Na quarta-feira, Haddad se mostrou otimista com um resultado ainda nesta quinta-feira e voltou a dizer que as propostas são consistentes com a tese de reforçar o arcabouço fiscal. Sobre um possível anúncio, o ministro sinalizou que a decisão de como será feita a divulgação será do presidente.

Vale

Na Bolsa, nem mesmo a alta das ações da Vale (VALE3) animou o mercado. A valorização dos papéis se deu porque o encerramento da reunião do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo na China, que termina amanhã, sexta-feira (8) pode trazer o anúncio de um novo pacote de medidas de estímulos para a economia local. A China já estaria se preparando para enfrentar as tarifas de 60% que Donald Trump pretende impor ao país.

A China é o maior mercado da Vale e o país que mais compra produtos de exportação do Brasil. No fim do dia, VALE3 subiu 3,60%, para R$ 63,63,conforme dados preliminares. Os ativos têm peso de 11,32% no Ibovespa, o segundo maior da Bolsa.

Balanços

Após o fechamento do mercado, 36 empresas da Bolsa apresentam seus balanços do terceiro trimestre. Entre as mais importantes, estão, Petrobras (PETR3 e PETR4), Lojas Renner (LREN3), Magazine Luiza (MGLU3), Grupo Natura (NTCO3) e Assai (ASAI3).

No exterior, Mercado Livre (MELI e MELI34) divulgou ontem, quarta-feira, avanço de 11% no lucro líquido na comparação ano a ano, na Nasdaq , em Nova York. O resultado veio abaixo do esperado pelo mercado, com custos de crédito e logística ofuscando uma receita maior.

Com isso, a varejista online perdeu mais de US$ 15,48 bilhões em valor de mercado, com a queda de suas ações. No fechamento, a queda era de 16,21%, conforme dados preliminares, com o papel a US$ 1.771,05.

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