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Bolsa e dólar têm queda em meio a G20 e expectativa por cortes

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL

18/11/2024 10h26Atualizada em 18/11/2024 12h11

A Bolsa de Valores de São Paulo e o dólar têm queda nesta segunda-feira (18). Após o fim da temporada de resultados do terceiro trimestre, o mercado continua atrás de notícias sobre o pacote de corte de gastos e também está de olho nos líderes reunidos no Rio de Janeiro para o G20.

Além disso, os investidores repercutem a sétima elevação consecutiva da projeção do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 2024 feita pelos analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central para o boletim Focus.

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A semana é mais curta pelo feriado da Consciência Negra na quarta-feira (20).

O que está acontecendo

Por volta de meio-dia, a Bolsa de Valores de São Paulo tem baixa de 0,28%. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, desvaloriza para 127.433 pontos.

O dólar comercial é negociado em baixa de 0,80%, a R$ 5,743. O turismo era vendido com desvalorização de 0,06%, a R$ 5,997.

Em outros mercados, o dólar oscila em torno da estabilidade frente à demais moedas. Aqui, todos estão de olho nos cortes de gastos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o pacote de cortes de gastos "está fechado" com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O anúncio ocorrerá "brevemente", segundo ele. Haddad falou ao canal CNBC em entrevista gravada na sexta-feira (15) e exibida neste domingo (17).

"Está fechado com o presidente o conjunto de medidas. Nós vamos anunciar brevemente, porque está faltando a resposta de um ministério", declarou. Questionado, ele revelou que o entrave envolve a pasta da Defesa. "Nós tivemos boas reuniões com o ministro [José Múcio] e com os comandantes das forças", afirmou.

Espera-se que o anúncio seja feito apenas depois da quinta-feira (21).

Por que o mercado quer corte de gastos?

Se o governo cortar despesas, um dos principais fatores que faz a inflação aumentar no Brasil, diminui. Com isso, os juros poderiam voltar a cair e a Bolsa de Valores voltaria a ficar atrativa, uma vez que as empresas pagariam menos por suas dívidas e também teriam mais como investir em seu crescimento.

Para o Itaú, o governo precisaria cortar R$ 60 bilhões, sendo R$ 25 bilhões em 2025 e R$ 35 bilhões em 2026. "A percepção de risco doméstico tem aumentado com a expectativa que o crescimento elevado das despesas obrigatórias dificultaria muito o cumprimento do arcabouço fiscal", publicou o banco em relatório para investidores.

As incertezas fiscais somadas às externas, com perspectiva de um dólar mais forte globalmente, fez o banco elevar a projeção de câmbio. De R$ 5,40 até o fim do ano, a estimativa agora é de R$ 5,70 por dólar.

Focus

A projeção do boletim Focus para a inflação passou de 4,62% para 4,64%. Com isso, a estimativa segue acima do teto da meta de inflação para este ano, que é de 4,50%. "Ou seja, o mercado continua duvidando da capacidade do governo de fazer cortes e controlar a inflação em direção à meta", diz Paulo Gala, economista chefe do banco Master.

Por isso, o mercado prevê mais um aumento do juro básico da economia. O percentual continuou em 11,75% ao ano. Para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2024, a projeção do mercado permaneceu estável em 3,10%.
A estimativa para o dólar subiu de R$ 5,55 para R$ 5,60.

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