Mercado eleva previsão de inflação e vê Selic em 15% ao ano ao fim de 2025

Os analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo BC (Banco Central) aumentaram suas expectativas para a inflação de 2025, 2026 e 2027, mostram dados apresentados nesta segunda-feira (6) pelo Relatório Focus. Como consequência, as projeções apontam para a taxa básica de juros em 15% ao ano ao final de dezembro.

Como deve ser a inflação

Analistas preveem inflação em 4,99% em 2025. A variação estimada corresponde à 12ª alta consecutiva das previsões para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Há uma semana, a aposta era de alta do índice em 4,96%. Há quatro, a projeção sinalizava para uma alta de 4,59%.

Previsões para o IPCA de 2026 e 2027 também aumentam. Para o próximo ano, as previsões sobem há duas semanas consecutivas e figuram em 4,03%. Já para 2027, as expectativas sinalizam para a inflação em 3,9%.

Expectativa para a inflação de 2024 recuou. A divulgação a ser apresentada na próxima sexta-feira (10) deve trazer uma variação de 0,58% para o mês de dezembro, finalizando o acumulado de 12 meses em 4,89%.

Projeção coloca o IPCA acima do teto da meta. O intervalo estabelecido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) determina que o IPCA deve terminasse 2024 em 3%. O valor tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, entre 1,5% e 4,5%.

Como devem ficar os juros

Mercado prevê taxa Selic mais alta ao final de 2025. As previsões mostram que a taxa básica de juros deve saltar 2,75 ponto percentual neste ano, dos atuais 12,25% ao ano para 15% ao ano. As projeções para 2026 (12% ao ano) e 2027 (10% ao ano) permanecem estáveis.

Copom (Comitê de Política Monetária) projetou Selic em 14,25% ao ano em março. Ao elevar a Selic em 1 ponto percentual, de 11,25% ao ano para 12,25% ao ano, na última reunião, os diretores do BC sinalizaram para mais duas altas semelhantes dos juros nos dois primeiros encontros deste ano.

Taxa Selic é o principal instrumento de política monetária para conter a inflação. Com o avanço dos preços em meio ao aquecimento da economia, a elevação dos juros é utilizada como alternativa para limitar o consumo e inibir, consequentemente, segurar a alta do IPCA.