Dólar fecha em alta minutos antes de Donald Trump divulgar tarifaço


O dólar subiu 0,27% ante o real com os investidores apreensivos com anúncio do "tarifaço" prometido pelos Estados Unidos e fechou o pregão de hoje a R$ 5,699.
O que aconteceu
Dólar comercial apresenta leve alta. O movimento reverte a queda observada nos primeiros negócios do dia e interrompe os últimos fechamentos da moeda norte-americana. "O pregão desta quarta-feira deve ser marcado por cautela e volatilidade", adiantou Sidney Lima analista da Ouro Preto Investimentos no início do dia.
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Moeda caiu nas últimas duas sessões. Após fechar o mês de março em queda de 3,56%, o dólar manteve a trajetória negativa no primeiro pregão de abril. Com a variação negativa de 0,39%, a divisa fechou o dia abaixo de R$ 5,70.
A moeda para viajantes também sofre com leve alta. O dólar turismo seguiu pelos mesmos caminhos da moeda comercial e subiu 0,23% e passou a valer R$ 5,929.
Tarifas de Trump movimentam mercado
Expectativa sobre tarifas nos Estados Unidos gera incertezas. O presidente dos Estados Unidos promete anunciar às 17h (horário de Brasília) tarifas de importação a diversos países e produtos. Para William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, o impacto das novas tarifas dependerá do nível de aumento na taxa efetiva média cobrada pelos EUA. Se essa alíquota subir para 15% ou mais, a economia global pode sofrer impactos significativos, com previsões de menor crescimento e maior inflação.
Aumento excessivo nas tarifas pode levar os EUA à recessão. Segundo Alves, caso as tarifas subam para um patamar médio de 20%, o efeito poderá ser recessivo, afetando não apenas setores específicos como o automotivo, mas toda a economia americana.
O dólar pode sofrer impactos negativos, mas deve manter sua hegemonia. Qualquer aumento nas tarifas tende a prejudicar a moeda americana no curto prazo. No entanto, Alves avalia que, devido à falta de alternativas viáveis, o dólar deve continuar sendo a principal reserva de valor global.
Trump disse que medida será para todos os países e não haverá exceções. Contudo, A porta-voz do governo, Karoline Leavitt, falou em comunicado que o presidente estará aberto para negociações e que alguns países já foram chamados para conversa.
O presidente já fez a sua cabeça sobre as tarifas, mas está sempre aberto para receber ligações.
Karoline Leavitt, porta-voz do governo Trump
Trump diz que será o "Dia da Libertação". O presidente norte-americano avalia que os EUA "sempre saem perdendo" nas relações comerciais. Com as novas tarifas, a Casa Branca prevê "um dos dias mais marcantes da história moderna".
Bolsa
Ibovespa fechou em pequena alta de 0,07%. Com os olhares também direcionados para a imposição das tarifas, o principal mercado acionário brasileiro ficou acima dos 131 mil pontos. O volume financeiro da sessão totalizou R$ 10,98 bilhões.
Pressão com "tarifaço" atinge mercados globais. "Esse anúncio pode impactar a confiança dos investidores e introduzir um aumento da volatilidade nas ações brasileiras", diz João Kepler, CEO da Equity Group