União de Amil e Medial tem efeitos anticompetitivos, diz Seae
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério da Fazenda, enviou parecer sobre a compra da Medial pela Amil em que recomenda a venda de ativos para que o negócio seja aprovado pelo órgão antitruste brasileiro.
Em nota no final da tarde, a Seae afirmou que a "operação tem uma possibilidade significativa de apresentar efeitos líquidos negativos anticompetitivos" pela concentração em mercados considerados relevantes no Estado de São Paulo.
O documento ao qual a Reuters teve acesso será enviado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que dará a palavra final sobre a operação.
As ações da Amil na Bovespa fecharam em queda de 3,3%, cotadas a R$ 16,72, perto da mínima da sessão.
A Seae recomenda a alienação da carteira de beneficiários dos planos médicos individual e familiar em Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo, e de análises clínicas em Diadema, região metropolitana do Estado.
Além disso, sugere que seja vendido o hospital-geral na capital paulista, incluindo "equipamentos, instalações, corpo técnico e material". Nesse caso, a venda deve ser para um terceiro cuja parcela de mercado após a aquisição não seja superior a 20% no município de São Paulo.
Procurada, a Amil não se pronunciou sobre o parecer da Seae.
A Amil anunciou a compra do controle da Medial em novembro de 2009 por cerca de R$ 600 milhões, consolidando sua posição de líder no mercado brasileiro de planos de saúde.
Quando o negócio foi divulgado, a Amil informou que seu market share no Estado de São Paulo, o mais rico do país, passaria de 7,9% para 15,1%. Em todo o Brasil, pularia de 6,2% para 10,1%.
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