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Morgan Stanley reduziu projeções para Facebook antes de IPO

Alistair Barr

22/05/2012 13h01

22 Mai (Reuters) - Nos dias que antecederam a oferta pública inicial de ações (IPO) de US$ 16 bilhões do Facebook, o Morgan Stanley, banco que comandou a subscrição dos papéis, transmitiu notícias negativas a alguns de seus grandes clientes: o analista do banco para ações de Internet, Scott Devitt, reduziu suas projeções de faturamento da rede social.

A súbita cautela, pouco antes da imensa operação, e divulgada durante apresentações da abertura de capital do Facebook a investidores, chocou alguns observadores, disseram dois investidores informados sobre as projeções revisadas do banco.

Segundo eles, isso pode ter contribuído para o fraco desempenho das ações do Facebook, que na segunda-feira caíram 10% ante o preço de oferta inicial. A abertura de capital, com ações cotadas a US$ 38, conferiu um valor de mercado da rede social de US$ 104 bilhões.

A mudança nas projeções do Morgan Stanley surgiu depois que o Facebook alterou a documentação de abertura de capital encaminhada à Securities and Exchange Commission (SEC, órgão que fiscaliza e regulamenta o mercado acionário norte-americano). Nas alterações, a companhia expressou cautela quanto a seu crescimento de receita devido à rápida transição de usuários para aparelhos móveis. A publicidade em redes móveis até o momento é menos lucrativa que a publicidade em computadores.

“"Isso foi feito durante as apresentações a investidores, algo que nunca vi em 10 anos", disse uma fonte em uma administradora de fundos mútuos que foi uma das companhias contatadas pelo Morgan Stanley.

O JPMorgan Chase e o Goldman Sachs, dois dos outros grandes subscritores na oferta de ações mas que desempenharam papel menor que o do Morgan Stanley, também reduziram suas projeções em resposta à documentação que o Facebook encaminhou à SEC em 9 de maio, de acordo com fontes familiares com a situação.

O Morgan Stanley se recusou a comentar e Devitt não respondeu a um contato telefônico em busca de comentários. O JPMorgan e o Goldman Sachs se recusaram a comentar.

Em geral, o subscritor de uma oferta pública tenta pintar o quadro mais positivo possível para os potenciais investidores.

Mas os analistas dos bancos de investimento têm de operar separadamente dos executivos de operações e vendas que promovem as ações, nos termos de um acordo entre os grandes bancos e as autoridades regulatórias depois de um escândalo sobre pesquisas manipuladas no primeiro boom da Internet.