Crise faz avicultura demitir mais de 5 mil pessoas no Brasil
Com a crise provocada pela combinação de forte alta dos custos de insumos e o crédito limitado, os avicultores brasileiros demitiram mais de cinco mil pessoas, informou a associação que reúne a indústria nesta terça-feira (28).
O levantamento da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), feito com base em informações das associações estaduais de avicultura, indica que 5.750 pessoas foram demitidas nos últimos meses. Segundo a entidade, o número de demissões "reflete o impacto da disparada de preços do milho e da soja sobre os custos de agroindústrias e de produtores avícolas, além da escassez de crédito".
A alta dos insumos fez a agricultura brasileira cortar a produção em 10% em julho, e a perspectiva da indústria é de que mais cortes venham a ocorrer se o setor não obtiver apoio governamental.
"O setor precisa que instrumentos de política agrícola que facilitem o acesso a estoques de milho e soja. Também há uma necessidade dramática de acesso a crédito, que desapareceu até mesmo no que diz respeito a bancos oficiais", disse Francisco Turra, presidente da Ubabef, em comunicado.
Alta dos preços
Segundo o levantamento da entidade, de janeiro a agosto deste ano foram registradas altas de preços em reais de 90% nos preços do farelo de soja, de 58% na soja em grão e de 44% no milho. Os grãos são os principais insumos para o setor e compõem a base da alimentação dos frangos, representando 60% dos custos de produção do setor avícola.
Entre algumas medidas propostas pela Ubabef estão realização de leilões de Prêmio de Escoamento da Produção (PEP), que ajudariam a escoar o milho das regiões produtoras para as áreas mais afetadas, leilões para formação de estoques reguladores e ampliação da venda a balcão para produtores e indústrias avícolas.
Em função da crise, algumas plantas foram fechadas e outras empresas entraram em recuperação judicial, segundo o comunicado que não deu mais detalhes.
Em meados de agosto, a avícola Diplomata fez o pedido de recuperação judicial, e Turra acrescentou que muitas empresas vêm enfrentando dificuldades de acesso a crédito para capital de giro.
A alta nos preços ocorre por conta de uma quebra de safra nos Estados Unidos, os maiores produtores e exportadores de soja e milho. O mercado interno também sofre com uma escassez de soja, por conta da quebra de safra do Sul, no início do ano.
No caso do milho, o país deverá produzir um recorde, principalmente por conta do crescimento da segunda safra. Mas há escassez em Estados sulistas, especialmente no Rio Grande do Sul, que não planta o cereal na chamada "safrinha".
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