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Economia voltará a crescer "pouco depois" de ajustar as contas públicas, diz Levy

Pedro Ladeira /Folhapress
Imagem: Pedro Ladeira /Folhapress

05/11/2015 17h02Atualizada em 05/11/2015 17h19

SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta quinta-feira que a economia brasileira pode voltar a crescer "um pouco depois" de a situação das contas públicas ser resolvida, e defendeu novamente a recriação da CPMF, imposto sobre transações financeiras, como elemento-chave para esse cenário.

"Vai sair (da recessão) um pouco depois de a gente resolver as questões fiscais", disse Levy em evento em São Paulo, acrescentando que, com base em outras experiências, a recuperação vem 2 ou 3 trimestres após a questão fiscal ser equacionada.

Pesquisa Focus do Banco Central com uma centena de economistas mostra que a expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) do país recue 3,05% neste ano e 1,51% em 2016.

Para o ministro, a perspectiva de o governo conseguir poupar em 2016 é "necessária e viável", mas exigirá decisões. O governo tenta aprovar no Congresso Nacional uma série de medidas para garantir maiores receitas, em meio a uma economia em recessão --entre elas, a CPMF, com potencial para arrecadar R$ 32 bilhões no ano. "É o tamanho do Bolsa Família", disse Levy.

Segundo ele, o governo tem feito economia significativa, mas é preciso receita. "Não há fórmula mágica", acrescentou.

O ministro disse ainda que é preciso acertar a área fiscal do país para retomar a confiança, acrescentando que o trabalho de convencimento da importância das medidas tem de ser feito pouco a pouco.

Para o ministro, a economia brasileira tem mostrado enorme resiliência, mas que não pode ser muito esticada.

(Reportagem de Tatiana Ramil)