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Transportadora Maersk ainda sente efeitos de ataque cibernético

29/06/2017 19h05

LONDRES (Reuters) - A A.P. Moller-Maersk, maior transportadora de contêineres do mundo, ainda está sentindo os efeitos do ataque cibernético da última terça-feira, revelando a escala do dano que um vírus pode desencadear na indústria interconectada e dependente da tecnologia.

Cerca de 90 por cento do comércio mundial é transportado por via marítima, com navios e portos atuando como as artérias da economia global. Os portos dependem cada vez mais de sistemas de comunicação para manter as operações funcionando sem problemas, e qualquer falha de TI (tecnologia da informação) pode criar grandes distúrbios para as complexas cadeias logísticas de abastecimento.

Vários terminais portuários operados por um braço da Maersk, incluindo nos Estados Unidos, Índia, Espanha e Holanda, ainda estavam lutando para normalizar as operações nesta quinta-feira depois de sofrer interrupções maciças.

O terminal de contêineres no sul da Flórida, por exemplo, disse que as cargas secas não poderiam ser entregues e nenhum contêineres seria recebido. Anil Diggikar, presidente do porto JNPT, próximo à cidade indiana de Mumbai, disse à Reuters que não sabia "quando exatamente o terminal funcionará sem problemas".

A incerteza foi repetida pela própria Maersk, que disse à Reuters que uma série de sistemas informáticos ainda estavam bloqueados e que não poderia dizer quando as operações comerciais seriam normalizadas.

O impacto do ataque cibernético na companhia reverberou em toda a indústria, dada a sua posição como a maior empresa de transporte de contêineres do mundo e também operadora de 76 portos através de sua divisão APM Terminals.

Os navios de contêineres transportam grande parte dos bens de consumo e alimentos do mundo, enquanto os navios graneleiros transportam commodities, incluindo carvão e grãos, e navios-tanque transportam petróleo e gás.

"Como a Maersk responde por cerca de 18 por cento de todo o comércio de contêineres, você pode imaginar o pânico que isso deve estar causando na cadeia logística de todos esses proprietários de carga em todo o mundo?" disse Khalid Hashim, diretor-gerente da Precious Shipping, um dos maiores proprietários de navios de carga seca da Tailândia.

(Por Jonathan Saul)

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