Comissão da Eletrobras ainda não tem nomes necessários na Câmara
BRASÍLIA (Reuters) - Com a oposição fazendo obstrução e dificuldades para a indicação de nomes dentro da base do governo, por conta de mudanças na proporção dos blocos partidários, a comissão especial da Câmara que vai analisar o projeto de lei que trata da desestatização da Eletrobras ainda não tem membros suficientes para começar a funcionar, disse à Reuters o presidente da comissão, deputado Hugo Motta (MDB-PB).
Segundo o parlamentar, até o fim da tarde de segunda-feira só haviam sido apresentados 11 nomes, de um total de 35 que formam a comissão.
Para que o colegiado seja instalado, porém, é necessário um mínimo de 18 integrantes.
"Assim que tiver os 18 eu instalo", disse Motta, sem fazer previsão se o número poderá ser alcançado ainda esta semana ou se somente na próxima.
Segundo Motta, a oposição não está indicando seus nomes, para tentar retardar o processo.
Mas, além disso, com o rearranjo de blocos partidários ocorrido na Casa neste início de ano, a proporção das representações nas comissões precisa mudar.
Como essa mudança já vem causando dificuldade adicional para as indicações de nomes nas comissões permanentes, o mesmo ocorre com as especiais, como é o caso da do projeto da Eletrobras.
Motta disse que, uma vez instalada a comissão, devem ocorrer audiências públicas com autoridades do governo e opositores ao processo de privatização.
Na semana passada, o relator do projeto, deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), disse que espera votar o texto na comissão na primeira quinzena de abril.
(Por Leonardo Goy)