MPF cobra R$ 219 milhões de ex-gestores de Funcef, Petros e empresas
BRASÍLIA, 3 Abr (Reuters) - Procuradores da Força-Tarefa da operação Greenfield ajuizaram ação de improbidade administrativa contra 17 pessoas e duas empresas por investimentos realizados pelos fundos de pensão de empregados da Petrobras e da Caixa Econômica Federal no Fundo de Investimento em Participações (FIP) Enseada.
A ação pleiteia o ressarcimento de R$ 219 milhões, equivalente ao triplo do valor desviado, além da perda da função pública e suspensão dos direitos políticos e outras punições em caso de condenação.
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O caso refere-se à criação do FIP Enseada, instituído em março de 2010, para direcionar investimentos à CBTD, constituída para adquirir a IGB Eletrônica, antiga Gradiente, empresa em recuperação judicial, e ficou responsável pelo pagamento do passivo da empresa.
Segundo o MPF, os fundos de pensão Petros (dos empregados da Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica) investiram cada um cerca de R$ 17 milhões na empresa, sem observar os deveres de diligência e princípio da rentabilidade, segurança e liquidez.
As investigações da força-tarefa revelaram a existência de uma articulação prévia entre CBTD e os fundos de pensão investidores, indicando uma operação previamente acordada.
"Essa articulação prévia entre a CBTD e seus futuros investidores não consta em nenhum dos documentos oficiais apresentados pela Funcef e pela Petros, a indicar que a operação foi previamente acordada sem se submeter ao fluxo de análise e aprovação de investimentos interno aos fundos de pensão, o que formalmente só veio a ocorrer em momento posterior", diz trecho do documento da Força Tarefa.
Entre os alvos da ação estão o ex-presidente da Funcef, Guilherme Lacerda, e o da Petros, Wagner Pinheiro.
A Funcef afirmou que não se manifestaria sobre o assunto. A Petros não respondeu a pedidos de comentários.