Petrobras obtém decisões favoráveis sobre cobranças bilionárias
SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras anunciou nesta terça-feira (3) dois resultados favoráveis para a companhia em disputas contra a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) que poderão evitar a cobrança de quase R$ 10 bilhões a título de compensações financeiras pela exploração de petróleo.
Em um dos casos, a empresa obteve decisão cautelar favorável em arbitragem junto à ANP relativa ao Parque das Baleias, na parcela capixaba da Bacia de Campos, em uma disputa histórica, que pode abrir caminho para que a Petrobras não seja cobrada em bilhões de reais em participações especiais.
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A participação especial é uma compensação financeira paga por petroleiras apenas em campos com grande volume de produção, diferentemente dos royalties, que incidem sobre o volume total da produção de todas as áreas.
Nesta disputa, a ANP defende que a produção do Parque das Baleias deve ser considerada em conjunto para o cálculo das participações especiais, o que eleva as compensações a serem pagas, argumento que é rebatido pela Petrobras.
Segundo a Petrobras, a cobrança realizada pela ANP corresponde à diferença de participação especial entre o segundo trimestre de 2014 e o quarto trimestre de 2017, no valor aproximado de R$ 8 bilhões.
Em sua decisão, segundo a Petrobras, o tribunal arbitral afastou a necessidade de depósito ou pagamento dos valores referentes à diferença de participações especiais mediante o oferecimento de garantia, a ser acordada entre Petrobras e ANP.
"A companhia continuará a discussão de mérito quanto à unificação dos campos do Parque das Baleias, perante o Tribunal Arbitral", disse a Petrobras em nota.
Agência cancela processo de R$ 1,8 bilhão
Em outro caso, a agência reguladora cancelou um processo administrativo contra o consórcio responsável pelo campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos, o maior produtor do Brasil, que poderia custar somente à Petrobras R$ 1,8 bilhão.
O processo administrativo surgiu a partir de uma divergência entre ANP e Petrobras na interpretação da aplicação dos preços de petróleo utilizados para o cálculo das participações governamentais (royalties e participações especiais), no período de maio de 2013 a dezembro de 2016.
"As consorciadas entenderam que atuaram de acordo com a legislação regulatória vigente à época dos fatos, motivo pelo qual apresentaram defesa na esfera administrativa", disse a Petrobras em uma nota enviada ao mercado.
Procurada para comentar sua decisão, a ANP informou por e-mail que não iria comentar.
A Petrobras é a operadora do campo de Lula, com 65% de participação, em parceria com a Shell (25%) e a Petrogal Brasil, controlada pela Galp (10%).
(Por José Roberto Gomes e Marta Nogueira)
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