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Muitos detalhes e pouco progresso nas negociações entre EUA e China, dizem fontes

25/08/2018 10h36

Por Michael Martina e David Lawder

PEQUIM/WASHINGTON, (Reuters) - As negociações comerciais entre Estados Unidos e China nesta semana mergulharam em detalhes e tiveram pouco progresso, enquanto os norte-americanos frisam casos de empresas de seu país prejudicadas por práticas chinesas e a China argumenta estar cumprindo suas obrigações na OMC, disseram pessoas familiarizadas com o conteúdo das discussões.    

Os dois dias de negociações em Washington, liderados por técnicos, pouco fizeram para resolver o agravamento da disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo e terminaram na quinta-feira sem uma declaração conjunta.    

Washington fez audiências durante a semana em outra rodada de propostas de tarifas sobre importações chinesas no valor de 200 bilhões de dólares, que parecem estar cada vez mais perto de entrar em vigor no final de setembro ou início de outubro.    

E enquanto facções do lado dos EUA dão sinais conflitantes sobre a dificuldade de pressionar Pequim durante a disputa comercial, funcionários do Departamento do Tesouro, que liderou as negociações, e o Representante de Comércio dos EUA, que adotou uma linha mais dura, alinharam-se em suas negociações, disseram as fontes.    

As negociações ocorrem enquanto ambos fazem ameaças de impor tarifas de 16 bilhões de dólares um contra o outro. Pequim queixou-se à Organização Mundial do Comércio contra os EUA.     

Durante as negociações, os chineses repetidamente invocaram o que dizem ser o cumprimento de Pequim com as regras da OMC, argumento que não impressionou os americano.    

Uma das fontes descreveu a resposta dos EUA como: "Não vamos nos importar com a OMC, pois você alimenta excesso de capacidade, destrói indústrias e rouba propriedade intelectual."    

Todas as fontes recusaram-se a ser identificadas, dada a sensibilidade do assunto.    

Washington exige que Pequim melhore o acesso ao mercado e proteja a propriedade intelectual das empresas norte-americanas, corte subsídios industriais e reduza o déficit comercial de 375 bilhões de dólares.    

Num breve comunicado na sexta-feira, o Ministério do Comércio da China disse que ambos os lados têm uma troca "construtiva" e "franca" sobre questões comerciais, e manterão contato sobre os próximos passos.    

Autoridades norte-americanas, incluindo o presidente Donald Trump, minimizaram as expectativas para as negociações.    

Nenhuma nova conversa foi anunciada.    

Os chineses citaram a falta de acesso ao mercado americano para itens como frango cozido, uma das exportações que foram acordadas no ano passado como parte de um plano de 100 dias, demonstrando que Pequim ainda busca algumas concessões.    

"Os chineses estão presos na mentalidade de que querem algo em troca. Isso não vai mais acontecer em Washington", disse outra fonte informada sobre as negociações.    

Negociadores americanos levantaram o caso Micron, que foi temporariamente impedida por um tribunal chinês em julho de vender seus principais produtos semicondutores na China, citando violação das patentes da United Microelectronics de Taiwan.    

Em dezembro, a Micron entrou com ação civil na Califórnia acusando a UMC e seu sócio chinês de roubar tecnologia.         

Na sexta-feira, o Global Times, um tablóide nacionalista chinês dirigido pelo Partido Comunista, disse que está claro que as negociações não tiveram progressos significativos.    

"Uma escalada na guerra comercial EUA-China está se tornando óbvia", disse, citando as eleições do Congresso dos EUA em novembro como uma das principais razões para a postura dos EUA.

(Reportagem de Michael Martina David Lawder)

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