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Peso argentino amplia rali; crescem preocupações sobre dívida do banco central

09/10/2018 16h07

Por Gabriel Burin

BUENOS AIRES (Reuters) - A moeda argentina ampliou seu rali de uma semana nesta terça-feira à medida que investidores se voltam em direção à dívida em peso oferecida pelo banco central a taxas de juros muito elevadas, ainda que economistas estejam preocupados com o crescente endividamento do banco.

O banco central começou a oferecer papéis de curto-prazo chamados de "Leliqs" a taxas de juros de cerca de 70 por cento no início do mês para encorajar bancos argentinos a investirem em ativos em peso em vez de buscar a segurança do dólar dos Estados Unidos. O dólar forte alimentou uma disparada na inflação na terceira maior economia da América Latina.

A moeda fechou em alta de 1,24 por cento, a 37,14 pesos por dólar nesta terça-feira. O valor da divisa subiu 11,2 por cento até agora em outubro. Mas a divisa ainda opera em queda de mais de 50 por cento contra o dólar desde o início do ano, com economistas independentes projetando ainda mais desvalorização do peso pela frente.

Economistas, no entanto, estão preocupados com as elevadas taxas de juros dos papéis e veem a emissão das novas Leliqs como uma manobra de risco que pode sair pela culatra e deixar o banco com muitas dívidas.

A cada nova venda das Leliqs, os passivos do banco crescem. A estratégia ainda pode se provar de sucesso se a esperada depreciação do peso ao longo do próximo ano aumentar o valor das reservas de dólar do banco.

Guido Lorenzo, um economista da consultoria local ACM, disse que o perigo é que a taxa de endividamento do banco central supere o ritmo no qual suas reservas de dólar estão depreciando.

"Se isso acontecer, o banco central vai terminar com algumas obrigações de dívida terrivelmente altas", disse Lorenzo.

O banco central vendeu 60,1 bilhões de pesos em Leliqs a uma taxa anual de juros média de 72,6 por cento nesta terça-feira, abaixo de uma média de 73,524 por cento no leilão de segunda-feira.

A liquidação do peso começou em maio, quando investidores estrangeiros ficaram preocupados sobre a habilidade da Argentina em pagar suas dívidas e abriram mão do que vinha se tornando um inventário de rápido crescimento de papéis de curto prazo do banco central chamados de "Lebacs".

(Reportagem adicional de Jorge Otaola)

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