Petróleo tem a maior alta desde a Guerra do Golfo após ataques a instalações sauditas
Koustav Samanta e Dmitry Zhdannikov
Em Singapura e Londres
16/09/2019 07h57Atualizada em 16/09/2019 11h07
Resumo da notícia
- Maior exportador global de petróleo, a Arábia Saudita foi alvo de um ataque sobre instalações da gigante Aramco
- Os preços do petróleo chegaram a disparar quase 20%, com o Brent apresentando o maior ganho intradiário desde a Guerra do Golfo
- O Brent chegou a tocar US$ 71,95 mais cedo, maior aumento intradiário desde 14 de janeiro de 1991
- Os preços caíram das máximas depois que o presidente dos EUA Donald Trump autorizou o uso de estoques de emergência de seu país
- Índia, China e Indonésia, grandes importadores de petróleo saudita, devem ser os mais vulneráveis à interrupção na oferta
Os preços do petróleo chegaram a disparar quase 20% em certo ponto hoje, com o Brent apresentando o maior ganho intradiário desde a Guerra do Golfo em 1991, após um ataque sobre instalações sauditas no fim de semana ter cortado pela metade a produção do reino.
Os preços caíram das máximas depois que o presidente norte-americano Donald Trump autorizou o uso de estoques de emergência de seu país para assegurar a estabilidade do suprimento.
O petróleo Brent subia US$ 6,08, ou 10,1%, a US$ 66,30 por barril, às 10h46 (horário de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos avançava US$ 5,32, ou 9,7%, a US$ 60,17 por barril.
O Brent chegou a tocar US$ 71,95 mais cedo, alta de 19,5%, maior aumento durante a operação desde 14 de janeiro de 1991. O petróleo nos Estados Unidos chegou a subir 15,5%, para US$ 63,34, maior alta durante a operação desde 22 de junho de 1998.
A Arábia Saudita é o maior exportador global de petróleo, e o ataque sobre instalações da petroleira estatal Saudi Aramco para processamento de petróleo em Abqair e Khurais reduziu a produção em 5,7 milhões de barris por dia. A companhia não deu uma previsão imediata sobre a retomada da produção total.
Duas fontes com conhecimento das operações da Aramco disseram que um retorno à produção normal "pode levar meses".
"Retirar mais de 5% da oferta global de uma única tacada — um volume que é maior que o crescimento da oferta acumulado em países de fora da Opep entre 2014 e 2018— é altamente preocupante", escreveram analistas do UBS em nota.
Trump disse que ele aprovou a liberação das Reservas Estratégicas de Petróleo dos Estados Unidos se necessário, em volume ainda a ser determinado.
Grandes importadores de petróleo saudita, como Índia, China e Indonésia, devem ser os mais vulneráveis à interrupção na oferta.