ISA Cteep tem salto no lucro no 2º tri, descarta disputar bipolo em dezembro

Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) - A transmissora de energia ISA Cteep registrou um salto de seu lucro no segundo trimestre e vê um cenário de alavancagem equilibrada nos próximos anos, à medida que seus projetos em construção entram em atividade e ajudam a elevar as receitas frente ao endividamento, disseram à Reuters executivos da companhia.

A elétrica reportou nesta segunda-feira um lucro líquido de 261,2 milhões de reais entre abril e junho, cifra 252,6% maior que a registrada em igual período do ano anterior.

No mesmo intervalo, o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 23,8%, para 686,8 milhões de reais.

Segundo o diretor-presidente da ISA Cteep, Rui Chammas, os resultados refletem o início de operação de novas linhas e reforços e melhorias em projetos já existentes, além de uma recomposição parcial das receitas advindas de uma indenização às transmissoras de energia conhecida no setor como "RBSE".

A companhia, que levou dois lotes no leilão de transmissão realizado em junho, somando cerca de 2,34 bilhões de reais em investimentos, não irá disputar o bipolo em corrente contínua que será oferecido em dezembro, um projeto que deverá exigir quase 16 bilhões de reais em aportes.

"Nós tomamos a decisão de não participar da linha de HDVC (corrente contínua), não estamos estudando isso. No mais, seguimos estudando tanto as outras linhas desse leilão, quanto as do ano que vem, sem ter tomado a decisão ainda se vamos participar ou não", afirmou o executivo.

Ele disse também que, mesmo com as últimas aquisições, a transmissora não diminuiu seu apetite por novos "greenfields".

"Não vamos fazer loucura, vamos buscar sempre rentabilidade, nossos lances são sempre responsáveis", pontuou.

A diretora financeira da ISA Cteep, Carisa Portela, afirmou que a companhia não vê necessidade de revisar sua política de dividendos, que hoje prevê pagamento de no mínimo 75% do lucro regulatório.

"Seguimos com a política normal de dividendos, conseguimos crescer tendo equilíbrio de Ebitda e dívida... Não tem nada que a gente olhe hoje que nos faria mudar essa prática", disse a executiva.

Ela lembrou ainda que a alavancagem da companhia, atualmente em 2,6 vezes a dívida líquida sobre Ebitda, deverá continuar controlada, com um aumento dos investimentos previstos sendo contrabalanceado por um crescimento conjunto das receitas.

"Entrando em operação esses últimos projetos e também a RBSE que retomou agora, e a partir de julho vai retomar fortemente, isso faz com que a prospecção do Ebitda seja cada vez melhor, mais sólido".