Ibovespa fecha quase estável com cena corporativa dividindo atenção com BC
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou praticamente estável nesta terça-feira, marcada por noticiário corporativo misto, com São Martinho e Localiza entre as maiores altas e Minerva e Casas Bahia entre os piores desempenhos, enquanto agentes financeiros também repercutiram a ata da última decisão de juros do Banco Central.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa registrou variação negativa de 0,05%, a 126.863,02 pontos. Na máxima do dia, subiu a 127.192,86 pontos. Na mínima, cedeu a 126.590,67 pontos. O volume financeiro somou 19,5 bilhões de reais.
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A ata da última reunião Comitê de Política Monetária (Copom) do BC brasileiro, na semana passada, quando a Selic passou para 10,75%, mostrou que alguns integrantes do colegiado avaliam que pode ser necessária uma redução no ritmo de cortes caso as incertezas se mantenham elevadas à frente.
O Copom anunciou na última quarta-feira a sexta redução de 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros e encurtou sua indicação sobre cortes futuros, prevendo outra redução desse mesmo valor apenas para a próxima reunião.
Na visão de economistas do Bank of America, o risco de uma redução no ritmo de cortes da Selic a 0,25 ponto em junho "aumentou substancialmente". Ainda assim, eles reiteraram a previsão de que a taxa terminal neste ciclo de alívio monetária alcance 9,50% neste ano.
Economistas do Itaú Unibanco destacaram que as autoridades do BC reforçaram que a alteração na sinalização futura não deve ser confundida com uma indicação de mudança na dimensão do ciclo de flexibilização.
"Mas, posteriormente, em um trecho crucial -- parágrafo 23 --, o Copom ressaltou que novas divulgações de dados serão fundamentais para definir tanto o ritmo quanto, principalmente, a taxa terminal", notaram, mantendo a visão de uma taxa terminal de 9,25%, "embora também de forma dependente dos dados".
A pauta doméstica também mostrou nesta terça-feira que o IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, aumentou 0,36% em março, o que representa uma desaceleração em relação a fevereiro (+0,78%). O dado divulgado pelo IBGE, contudo, ficou acima das estimativas de pesquisa da Reuters (+0,32%).
No exterior, Wall Street fechou no vermelho, com o S&P 500 caindo 0,28%, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos marcava 4,2277% no final da tarde, de 4,253% na véspera.
DESTAQUES
- CASAS BAHIA ON desabou 9,09%, a 6,00 reais. A companhia teve uma elevação no prejuízo líquido do quarto trimestre, com impacto da linha financeira e de reestruturação anunciada no ano passado, mas registrou sua primeira geração de caixa anual após três anos, conforme balanço divulgado na noite de segunda-feira. O CEO da varejista disse que a empresa tem em seu portfólio 20 lojas que podem ser fechadas em 2024, caso não se mostrem rentáveis.
- MINERVA ON despencou 8,73%, a 6,59 reais. A empresa teve lucro líquido de 19,8 milhões de reais no quarto trimestre, após resultado negativo de 25,7 milhões sofrido no mesmo período de 2022, mas mostrou uma queda de quase 10% na receita líquida, pressionada pelos números da Argentina.
- SÃO MARTINHO ON avançou 4,13%, a 29,50 reais, após aprovar programa de recompra de até 14,2 milhões de ações, bem como a sexta emissão de debêntures, com valor entre 1 bilhão e 1,25 bilhão de reais.
- LOCALIZA ON valorizou-se 2,72%, a 53,93 reais, tendo como pano de fundo números da rival Movida sobre o desempenho no primeiro bimestre de 2024, com analistas do Bradesco BBI destacando percepção de executivos da companhia de melhora no cenário de crédito para carros usados neste começo de ano. MOVIDA ON, que não faz parte do Ibovespa, subiu 3,04%. "Mercado comprando a expectativa de recuperação do segmento de seminovos", citou um gestor.
- TOTVS ON recuou 5,79%, a 28,49 reais, tendo como pano de fundo relatório de analistas do JPMorgan cortando a recomendação das ações para "neutra" e reduzindo o preço-alvo dos papéis de 40 para 36 reais, em razão de perspectivas de menor rentabilidade.
- GRUPO SOMA ON fechou em alta de 2,07%, a 7,39 reais, após divulgar que registrou lucro líquido ajustado de 113,2 milhões de reais no quarto trimestre do ano passado, crescimento de 13,9% sobre mesmo período do ano anterior. O CEO disse que o grupo de varejo de moda, que está em processo de fusão com a Arezzo, vai trabalhar com uma estratégia de estoques mais enxuta para a Hering a partir deste ano. AREZZO ON ganhou 1,22%.
- VALE ON caiu 1,27%, a 60,05 reais, em dia de queda dos futuros do minério de ferro na China, com o vencimento mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrando as negociações diurnas em baixa de 3,72%. A Vale também disse que a subsidiária norte-americana Vale USA foi selecionada pelo governo dos EUA para iniciar negociações de concessão de um financiamento de até 282,9 milhões de dólares para uma planta de briquetes no país.
- PETROBRAS PN terminou negociada em baixa de 0,93%, a 36,26 reais, em dia de fraqueza dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent recuou 0,58%. A companhia selecionou quatro projetos de eólicas offshore de sua carteira em estudo de 30 gigawatts (GW) para avançar internamente e se preparar para um futuro leilão de cessão de áreas no mar, disse o diretor executivo de Transição Energética e Sustentabilidade da companhia, Mauricio Tolmasquim.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 1,99%, a 34,39 reais, enquanto BRADESCO PN subiu 1,43%, a 14,14 reais, em dia positivo para bancos do Ibovespa.
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