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Cortes de geração renovável na operação do sistema "vieram para ficar", avalia Engie Brasil

08/05/2024 12h53

SÃO PAULO (Reuters) - Os cortes de geração eólica e solar na operação rotineira do sistema elétrico brasileiro "vieram para ficar", devendo continuar no médio e longo prazo, avaliou nesta quarta-feira o diretor financeiro da Engie Brasil Energia, Eduardo Takamori.

Esse descarte da energia renovável promovido pelo operador ONS, chamado tecnicamente de "curtailment", ocorre tanto por restrições na transmissão, sobretudo no escoamento da energia do Nordeste para os centros de carga do Sudeste, como pelo fato de a carga ser insuficiente para absorver todo o volume de energia gerado.

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"Vale lembrar que não estamos falando só de geração eólica e solar centralizada, temos uma quantidade muito expressiva de geração distribuída que entrou no nosso sistema ao longo dos anos, de forma exagerada até, em função do nível irracional de subsídios", disse Takamori, em teleconferência de resultados, ao comentar sobre o cenário atual de sobreoferta no Brasil.

Segundo ele, a expectativa é de que esses cortes continuem ocorrendo no médio e longo prazos, principalmente aos finais de semana, quando a carga de energia tende a ser mais baixa.

O diretor financeiro ressaltou ainda que a companhia, que também opera uma série de hidrelétricas, já trabalhava com esse cenário quando decidiu construir novos projetos eólicos e adquirir complexos solares.

"Lembrando que ter um portfólio diversificado, com habilidades de sazonalizar energia de forma diferenciada, ajuda a proteger em momentos de frustração de geração", complementou o gerente de relação com investidores, Rafael Bosio.

Em relação à situação no Rio Grande do Sul, a Engie Brasil reafirmou que as barragens de suas usinas hidrelétricas no Estado, Machadinho e Passo Fundo, localizadas na região do Alto Uruguai, estão totalmente seguras e operando em situação normal.

Segundo a empresa, apesar do alto volume de chuva registrado nos últimos dias, as estruturas das usinas e suas barragens não sofreram nenhum comprometimento e seguem operando normalmente, sem limitações, dentro de seus parâmetros operacionais.

(Por Letícia Fucuchima)

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