Azul deve retomar voos no RS e não mudará projeções devido às enchentes
SÃO PAULO (Reuters) - A Azul vai retomar operações no Rio Grande do Sul, se não diretamente em Porto Alegre, a partir da realocação para outras localidades, disse o presidente-executivo da companhia aérea, John Rodgerson, nesta segunda-feira.
"A gente acredita que vai voltar -- e se não voltar diretamente em Porto Alegre, talvez em Caxias, Santa Maria e outros aeroportos", afirmou o executivo a jornalistas.
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"Nós vamos ter que realocar algumas aeronaves para outros destinos até que a situação melhore um pouco", acrescentou.
Nesta segunda-feira, os primeiros voos extras da malha aérea emergencial criada pelo governo federal e companhias aéreas começaram a chegar ao interior do Rio Grande do Sul.
Além de Azul, Gol e Latam operaram voos para os municípios de Passo Fundo, Santa Maria, Uruguaiana e Caxias. O plano prevê 116 voos semanais na primeira fase, sendo 88 no Rio Grande do Sul e 28 em Santa Catarina.
O Rio Grande do Sul representa cerca de 10% da oferta da Azul, mas a empresa não vai alterar suas projeções devido às enchentes históricas que assolam o Estado há dias, de acordo com Rodgerson.
No final de março, a Azul revisou para cima sua previsão de Ebitda em 2024, prevendo agora lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de cerca de 6,5 bilhões de reais este ano, crescimento de quase 25% em relação a 2023 e acima dos 6,3 bilhões de reais projetados anteriormente.
O diretor financeiro da Azul, Alex Malfitani, disse que há grande otimismo em relação ao crescimento do Ebitda, além de uma perspectiva de aceleração na geração de caixa.
"O Ebitda vai continuar crescendo, porque a empresa vai continuar crescendo", disse Malfitani. "A gente já deu guidance de crescimento, já deu guidance de Ebitda, mas o crescimento da saída de caixa é muito menor."
Segundo o executivo, o aumento na liquidez devido à maior geração de caixa esperada proporcionará "várias oportunidades" para a tomada de decisão estratégica, incluindo o pré-pagamento de dívidas ou compra de ações.
"A gente vai ver naquele momento qual é o investimento desse caixa que faz mais sentido."
A companhia manteve em março a previsão de alavancagem financeira em cerca de 3 vezes este ano, de 3,7 vezes no final de dezembro passado.
O CEO Rodgerson acrescentou nesta segunda-feira que a empresa vai receber uma aeronave da Embraer este mês e um Airbus no mês que vem e que as adições de capacidade este ano estarão concentradas no terceiro e quarto trimestres.
(Por Gabriel Araujo; texto Patrícia Vilas Boas; edição Alberto Alerigi Jr. e Pedro Fonseca)