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Lucro líquido da XP cresce 29%, para R$1,03 bi no 1º tri

21/05/2024 17h09

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A XP Inc. teve lucro líquido de 1,03 bilhão de reais no primeiro trimestre do ano, alta de 29% frente ao mesmo período de 2023 e recorde para os primeiros três meses do ano, com o desempenho da receita bruta ajudado pelo varejo, principalmente o segmento de renda fixa.

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A receita bruta nos primeiros três meses do ano cresceu 28% ano a ano, totalizando 4,3 bilhões de reais. Desse total, a vertical de varejo respondeu por 3,13 bilhões de reais, aumento de 22% frente ao mesmo período de 2023. O "take rate" anualizado de varejo foi de 1,24%, de 1,21% um ano antes.

No varejo, as receitas de renda fixa saltaram 112% em relação ao ano anterior, para 704 milhões de reais, enquanto o resultado com produtos de renda variável somou 1,12 bilhão de reais no trimestre, avanço de 6%, conforme dados divulgados nesta terça-feira.

"A expectativa é que essa continue a ser a tônica ao longo de 2024", afirmou o CFO da XP, Bruno Constantino, avaliando que a renda fixa deve continuar sendo um destaque no resultado, uma vez que os juros elevados no Brasil e nos Estados Unidos devem permanecer "por mais algum tempo".

A linha de grandes empresas e mercado de capitais também foi destaque, com um incremento de 91%, para 509 milhões de reais, com um aumento de 91% na base anual. A receita institucional somou 354 milhões de reais, aumento de 7%.

A receita líquida aumentou 29%, para 4,05 bilhões de reais, enquanto projeções de analistas compiladas pela LSEG apontavam 4,03 bilhões de reais.

Constantino, que está deixando o cargo e seguirá no conselho de administração da XP, avaliou que o grupo teve um resultado sólido, principalmente na comparação ano a ano, mesmo em meio a um cenário macroeconômico ainda desafiador no que tange a investimentos, apoiado em grande parte pela sua diversificação.

"Nós até começamos esse primeiro trimestre com um cenário mais positivo. Mas ao longo do trimestre as expectativas macro foram se deteriorando", afirmou, citando o cenário de inflação e juros nos Estados Unidos e a questão fiscal no Brasil.

O executivo acrescentou que o cenário para equities, mercado de capitais, IPO, follow-ons não está favorável. "Nós começamos o ano achando que poderia ter uma retomada, porque há um pipeline represado, só que o cenário se deteriorou... e com isso (esse pipeline) foi postergado."

As despesas administrativas gerais cresceram 36%, a 1,4 bilhão de reais. O índice de eficiência dos últimos doze meses foi de 36,5%, de 40,4% um ano antes, próximo aos menores patamares desde o IPO, com a XP destacando que o resultado reforça o foco do grupo em disciplina de custos.

O retorno sobre o patrimônio líquido anualizado no primeiro trimestre do ano ficou em 20,7%, de 18,7% no mesmo período em 2023.

O lucro antes de impostos (EBT) da dona das marcas XP, Rico, Clear, XP Educação, InfoMoney, entre outras, totalizou 1,08 bilhão de reais, recorde para o período, representando uma alta de 33% ano a ano.

De acordo com o CEO da XP Inc, Thiago Maffra, os números mostram a resiliência e consistência de diversas frentes de negócio do grupo no início do ano, período que, historicamente, é mais desafiador.

"Na comparação anual, tivemos incrementos de lucro e melhora significativa da nossa eficiência operacional, com diversificação de receita, e foco constante nas necessidades dos nossos clientes", destacou o executivo em comunicado.

Os ativos sob custódia crescem 20% na base anual, para 1,14 trilhão de reais no primeiro trimestre do ano, enquanto o número de clientes ativos apurou um acréscimo de 16%, para quase 4,6 milhões. A captação líquida, porém, caiu 10% ano a ano, para 15 bilhões de reais.

Constantino preferiu não comentar sobre o cenário de curto prazo, afirmando apenas que, em um horizonte de médio prazo, a tendência continua sendo positiva para investimentos, bem como destacou que a "XP não está parada", fazendo uma série de iniciativas.

Ele também ressaltou que, embora a performance da captação líquida siga importante para o grupo, é menos relevante para o resultado do ano, dado o tamanho do ecossistema da empresa.

A rede XP tinha ao final de março 17.730 profissionais, englobando assessores de escritórios parceiros e próprios, além de consultores um crescimento de 16% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

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