Restrições às importações de aço só devem ter efeito entre 3º e 4º tris, diz Inda

SÃO PAULO (Reuters) -As importações de aço plano no Brasil devem começar a ser impactadas pela medida de proteção comercial adotada pelo governo federal entre o final do terceiro trimestre e o último trimestre deste ano, afirmou nesta quinta-feira o presidente da associação de distribuidores Inda, Carlos Loureiro.

Segundo ele, não devem ser vistas grandes modificações nas importações do setor até agosto, já que a restrição, que eleva o imposto de importação para 25% a alguns produtos de aço e fixa cotas de volume de importação, diz respeito à emissão de licenças de importação.

"Todo o material que já tinha licença de importação e está a caminho, ele vai entrar independentemente de qualquer cota", afirmou. "Os números de maio foram altos, os de junho, ao nosso ver, continuarão altos... Até agosto eu não acredito que você verá nenhuma grande modificação no mercado."

De acordo com dados do Inda divulgados nesta quinta-feira, as importações de aço plano pelo Brasil no mês passado subiram 28% ano a ano, para 243,6 mil toneladas. No acumulado de janeiro a maio, o avanço foi de 26% sobre o mesmo período em 2023.

"Vamos ver o mercado um pouco diferente, basicamente, no final do terceiro e o quarto trimestres", acrescentou Loureiro.

O Aço Brasil também informou nesta semana que espera que o novo sistema estabelecido pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior do Brasil (Gecex) reflita sobre as importações do setor a partir do segundo semestre.

O Inda prevê que as vendas de distribuidores de aços planos no Brasil cresça 1% em junho ante maio, para 318,7 mil toneladas. Segundo a associação, as vendas de aço plano no país recuaram 5% no mês passado na comparação com abril, e caíram 4,7% sobre o mesmo período um ano antes.

O presidente do Inda também disse que o setor não deve observar grandes aumentos de preços pelas usinas, já que há um grande volume de material na mão de importadores que ainda não foi colocado no mercado.

"Qualquer movimento de preço fora do que vem acontecendo, vai acontecer muito para frente", afirmou. "A curto prazo não vai haver nenhum grande movimento de preço."

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(Reportagem de Patricia Vilas BoasEdição de Paula Arend Laier e Pedro Fonseca)

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